Zona sul concentra oferta de unidades novas à venda
Para zerar estoque, setor deve intensificar promoções a partir deste mês
Com mercado inchado, comprador ganha poder de barganha, mas não se isenta de comparar 'vantagens' e custos
Dos dez distritos de São Paulo com maior número de imóveis residenciais lançados e ainda não vendidos, cinco estão na zona sul.
Segundo levantamento da Geoimovel Tecnologia Imobiliária, que faz monitoramento do mercado, há, atualmente, 1.964 unidades disponíveis para venda na Vila Andrade, distrito colado ao Morumbi e que concentra o maior estoque na cidade.
"A Vila Andrade é peculiar. O distrito atraiu empreendimentos por ter terrenos maiores e mais baratos em relação aos vizinhos e oferecer uma alternativa a quem quer morar próximo ao Brooklin pagando menos", diz Carlos Borges, presidente-executivo da construtora Tarjab.
Apesar da concentração das ofertas na zona sul, as construtoras avaliam que há demanda para a região e que a cidade está bem atendida.
Estará servido também quem deseja comprar imóveis em bairros como Lapa, Itaim Bibi e Pinheiros (zona oeste), República (centro) e Tatuapé (zona leste), que somam oferta generosa.
Para Lucas Vargas, vice-presidente comercial do site de buscas VivaReal, o cliente que procura um imóvel está cada vez mais exigente e bem informado, sabe aproveitar as boas oportunidades de preço e deve retomar a disposição para a compra do imóvel ao longo de 2015.
"O ano passado foi atípico, de mercado volátil e calendário comprometido pela Copa e as eleições. O cliente ficou mais resistente a fechar negócios. Ele esperava por oportunidades e isso impactou nas vendas."
MAIS FLEXÍVEL
Para este ano, é esperada uma retração das construtoras e incorporadoras no lançamento de projetos (leia mais abaixo) e mobilização para zerar o estoque.
Segundo as imobiliárias, a partir deste mês, o setor deve intensificar as campanhas promocionais e os descontos médios devem ficar em 20%.
"O mercado se abriu para negócios", diz Igor Freire, diretor de vendas da imobiliária Lello. "Para segurar o cliente, os vendedores estão menos exigentes, há maior aceitação de financiamentos e de propostas vantajosas para o comprador."
Em janeiro, na Lello, 85% das vendas ocorreram por meio de financiamento.
Freire avalia que os próximos meses serão recompensadores para quem pesquisar as oportunidades disponíveis na cidade e o comprador terá, cada vez mais, a palavra final nas negociações.
Ao procurar um imóvel, é preciso comparar os descontos oferecidos, os custos totais do negócio e se certificar que a documentação do imóvel está em ordem, observa Bruno Vivanco, vice-presidente comercial da imobiliária Abyara Brasil Brokers.
EM OBRAS
Para as unidades ainda em construção, vale a pena se informar sobre o histórico da construtora, visitar sempre que possível os empreendimentos já entregues por ela e se informar se a empresa tem obras em atraso ou projetos que não foram concluídos.
"O preço está acomodado, mas o imóvel vai continuar se valorizando. Por isso é um ótimo momento para fechar negócio, quando pouca gente quer comprar e o preço é estável", afirma Vivanco.