'Índice do medo' bate recorde na semana
Contrato que negocia a volatilidade de ações na Bolsa de Nova York tem período mais agitado desde agosto de 2011
Investidores apostam no VIX para se proteger de momentos de nervosismo no mercado e ganham dinheiro
Conhecido como o índice do medo, o contrato VIX teve, segundo a Bloomberg, a semana mais movimentada desde agosto de 2011, quando os Estados Unidos perderam a avaliação AAA da agência Standard & Poor's.
O VIX negocia a chamada volatilidade --as variações em relação à média-- do índice Standard & Poor's 500 da Bolsa de Nova York, que mede o desempenho das 500 principais ações dos EUA.
A volatilidade do S&P 500 costuma disparar em momentos de turbulência, como nesta semana. As apostas no VIX servem para os investidores como fundos de hedge e de pensão, que cuidam das aposentadorias de milhares de pessoas, mitigarem as perdas potenciais no mercado de ações nos momentos de alto nervosismo.
A técnica é apostar no mesmo medo (no caso desta semana, de desaceleração global) que motiva a depreciação das ações.
Se o medo virar pânico, o VIX dispara, os investidores lucram e cobrem parte das perdas com ações; se o medo se dissipar, o prejuízo com as ações diminuiu e o investidor perde a aplicação no VIX.
Além do VIX, há outros contratos específicos para negociar volatilidade de indicadores como o Dow Jones (VXD), a Bolsa Nasdaq (VIN), o petróleo (OVN), ações do Google (VXGOG) e até dos juros de dez anos do títulos do governo dos EUA (VXTYN), entre outros.
PÂNICO
Nesta semana, a Bolsa de Opções e de Futuros de Chicago interrompeu três vezes o pregão eletrônico devido ao volume recorde de negócios com volatilidade. A Bolsa negocia contratos de volatilidade e de proteção contra variação no preço de ações.
Na madrugada desta sexta (17), o pregão fechou 90 minutos mais cedo, às 5h45 em Chicago (8h45 em Brasília), por um erro de sistema. Voltou a abrir às 7h15 locais.
Na quarta (15) e na quinta (16), houve atraso na abertura dos negócios com o VIX.
Os negócios com VIX ultrapassaram, na quinta, US$ 6,5 bilhões --mais do que o movimento de ações como Coca-Cola e Microsoft. O ritmo de negociação só diminuiu nesta sexta (17), após o Banco Central Europeu informar que vai elevar estímulos financeiros no mercados.
Desde o dia 18 de setembro, o mercado americano perdeu cerca de US$ 2 trilhões em valor de mercado das empresas negociadas na Bolsa, segundo a Bloomberg.