Bolsa dispara com pesquisa e fecha semana tensa no azul
Alta foi atribuída à divulgação, no final do pregão, de pesquisa Sensus que mostrou vantagem da oposição
BCs europeu e da China sinalizam que vão elevar as injeções de recursos para manter a atividade econômica
A Bolsa brasileira conseguiu recuperar nesta sexta (17) a baixa registrada nos dois dias anteriores e encerrar uma das semanas mais tensas no ano com alta de 0,74% (55.723 pontos) no Ibovespa, principal termômetro dos negócios com ações.
A alta foi atribuída à divulgação, ainda com o pregão aberto, da pesquisa Sensus de intenção de voto que mostrou o candidato Aécio Neves (PSDB) com 56,4% dos votos válidos, enquanto a presidente Dilma Rousseff aparecia com 43,6%. A pesquisa foi feita entre terça e sexta, com 2.000 pessoas, e tem margem de erro de 2,2 pontos.
Até a divulgação da pesquisa, por volta das 16h30, a Bolsa mantinha alta de 1,82%, embalada pelo clima ameno no exterior com a notícia de que o Banco Central Europeu e o Banco da China devem acentuar suas políticas de estímulos com a injeção de recursos nos mercados. Após a pesquisa, a Bolsa disparou e encerrou o dia com alta de 2,63%.
Na China, o banco central sinalizou a injeção de até 200 bilhões de yuans (US$ 32,8 bilhões) nos 20 maiores bancos regionais e nacionais.
Na Europa, a Bolsa de Londres subiu 1,85% e a de Paris avançou 2,92%. Em Frankfurt, a alta foi de 3,12%.
Nos EUA, a Bolsa de Nova York teve alta de 1,63% no índice Dow Jones (30 ações principais) e de 1,29% no S&P 500 (500 maiores empresas). A Bolsa Nasdaq teve valorização de 0,97%.
Para Luciano Rostagno, do Banco Mizuho, há uma expectativa de que os bancos centrais da Europa e dos EUA possam continuar injetando recursos nos seus mercados, devido à fragilidade da economia mundial.
"O mercado exagerou na dose de pessimismo. Os juros dos títulos americanos recuaram muito, sinal de que o preço do papel subiu demais, com muita aversão ao risco devido a incertezas na China e na Europa. Não é para tanto pessimismo", afirma Eduardo Velho, economista da gestora Invx Global
DÓLAR
No mercado de câmbio, o dólar recuou após três dias seguidos de alta. O dólar à vista, referência no mercado financeiro, caiu 0,80% e encerrou a R$ 2,443. O dólar comercial, usado em transações no comércio exterior, teve baixa de 1,33%, a R$ 2,431. Na semana, o dólar à vista acumulou alta de 1,48%.
Os investidores repercutiram o debate presidencial promovido no dia anterior por SBT, UOL e Jovem Pan. O encontro foi marcado por mais agressividade entre os presidenciáveis.
"Se por um lado o Aécio foi melhor no debate, por outro há dúvidas se o agressivo não pode fazê-lo perder votos. É difícil saber como o eleitor que ainda está em dúvidas vai reagir a um debate tão agressivo de ambas as partes", disse Rostagno.