Novo editor foi crucial para renovação do jornal
No mundo da mídia, uma única pessoa, chegando na hora certa, pode mudar o destino de uma organização.
Pense em Tina Brown na "New Yorker", Eugene Roberts no "Philadelphia Inquirer" ou Adam Moss na revista "New York".
No "Washington Post", Bezos pode ter garantido que a conta de luz continuasse a ser paga, mas foi Martin Baron, apontado como editor no começo de 2013, que reconduziu o jornal ao centro das conversações.
"Marty é ótimo jornalista, um cara realmente brilhante e objetivo que acredita no poder da notícia, e isso é muito contagioso em uma Redação", disse Tom Rosenstiel, diretor executivo do American Press Institute. "O ímpeto é muito importante."
Baron é um veterano muito viajado e respeitado que trabalhou no "Miami Herald", no "Los Angeles Times" e no "New York Times" antes de se tornar editor-executivo do "Miami Herald" em 2000 e no ano seguinte assumir o comando do "Boston Globe". Ele se distinguiu como líder nas duas publicações, mas o momento era de caos financeiro, cortes e ambições reduzidas.
O "Washington Post" é o primeiro jornal em que ele ganha uma batuta de maestro que não esteja pegando fogo. Marcus Brauchli, seu predecessor, não era unanimidade, mas tomou medidas importantes para modernizar a abordagem noticiosa da publicação. Baron tocou adiante o processo.
"Com Jeff, temos estabilidade e recursos para investir", disse Baron em entrevista telefônica. "Os repórteres precisam saber que terão apoio, que seus colegas não desaparecer e que eles podem fazer seu trabalho sem que precisem se preocupar o tempo todo sobre perdê-lo. O otimismo, como a negatividade, pode ser infeccioso."
"Creio que o Washington Post' seja uma redação muito confiante, hoje em dia", disse Dean Baquet, editor-executivo do "New York Times", concorrente --e também amigo-- de Baron. "Eles escolhem as histórias certas, usam muitos repórteres para cobri-las e trabalham com afinco. É uma Redação muito bem liderada."
No "Post", o número de bolos de despedida encomendados foi tão grande durante tantos anos que pedi-los se tornou verbo --falava-se em "bolar" alguém.
"Se a cada sexta você se despede de um colega, a sensação será diferente caso você passe a ver muita gente bacana sendo contratada", diz Marc Fisher, editor sênior do "Washington Post".
"E com uma atmosfera assim, Martin fez um excelente trabalho em elevar as ambições da equipe", completa.