Jovens de 25 a 34 anos são maioria entre os iniciantes
Setor preferido é o de comércio de roupas, que tem demanda o ano todo
Público vê a abertura de negócio próprio como primeira opção de carreira, diz presidente do Sebrae
A faixa etária que concentra mais empreendedores iniciantes é entre 25 e 34 anos. Segundo dados da pesquisa GEM (Global Entrepreneurship Monitor) divulgada neste ano, 22,9% deles têm esse perfil.
Para Luiz Barretto, presidente do Sebrae, isso reflete uma maior percepção do empreendedorismo como uma opção de carreira por pessoas que estão iniciando a vida profissional.
Nessa idade, o setor de atuação mais comum de quem começa um negócio é o do comércio de roupas e acessórios, concentrando 10% dos empreendedores iniciais (que têm negócios de até 42 meses).
A concentração nesse setor se deve ao fato de eles trabalharem com produtos de baixo custo e alta demanda o ano inteiro.
Esse também é o público com mais candidatos a donos de franquia. Segundo estudo do Franchise College a partir de análise de informações de 187 franquias e cerca de 3.000 candidatos a franqueados, 35,4% deles têm entre 25 e 34 anos.
Muitos são pessoas que já tiveram a oportunidade de trabalhar em outra atividade. Como a fisioterapeuta Tatiana Maeda, 31, esses profissionais decidem apostar em outra oportunidade.
Ela abriu uma franquia da rede Coxinha du Chef em Mogi das Cruzes (SP) com o namorado, Francisco dos Santos Junior, 27. A intenção dos dois, conta, é tentar aumentar a renda para poderem se casar em breve.
"Minha profissão era mal reconhecida, queria uma graninha extra. Vendemos carro, juntamos nossas economias e começamos o negócio", diz Maeda.
INOVAÇÃO
Segundo Felipe Gasko, coordenador de portfólio da Endeavor (organização de apoio ao empreendedorismo), essa faixa etária concentra grande número de empreendedores que tentam criar modelos de negócios inovadores e que possuem, em geral, grande tolerância ao risco.
No caso de Caio Bonatto, 28, presidente-executivo da empresa curitibana TecVerde, a novidade é o uso de uma tecnologia alemã para construção de casas a partir de um processo industrial mais rápido e sustentável.
Ele conta que a maior dificuldade foi adaptar a tecnologia ao mercado brasileiro -o sistema permite a construção de paredes e lajes em fábricas.
Sem entrar em detalhes sobre o valor de faturamento da companhia, o empresário diz que, até agora, a TecVerde construiu mais de 50 mil metros quadrados de casas nas regiões Sul e Sudeste do Brasil em quatro anos de atuação. (FO)