Mercado aberto
MARIA CRISTINA FRIAS cristina.frias@uol.com.br
Ano será um dos piores para importadores de máquinas
O ano de 2014 deverá ser um dos piores da história para os importadores de máquinas e equipamentos. O recuo do faturamento das empresas deverá ficar ao redor de 20%, segundo a Abimei (associação do setor).
"Nem em 2009, que foi o ano da crise, a queda chegou a ser tão acentuada", afirma o presidente da entidade, Ennio Crispino.
"Há outro agravante: a retração de 2009 [de cerca de de 15%] veio após um 2008 excepcional, pelo menos até outubro. Agora teremos uma baixa consecutiva, pois diminuímos 10% em 1013."
Desde o segundo semestre de 2012, o setor apresenta resultados negativos.
Segmentos que importam equipamentos para a indústria automobilística e de petróleo e gás devem registrar retrações de receita ainda mais acentuadas, podendo chegar a 50%.
"Essa situação é um reflexo da crise que vivenciamos. Estamos em recessão técnica e a atividade industrial está em baixa", acrescenta.
O assessor econômico da entidade, Otto Nogami, acredita que a tendência de queda deverá perdurar até abril.
"Além das sucessivas quedas no volume investido pelas empresas fabris, há um ciclo no segmento", diz.
"No fim do ano, tudo para. Os pedidos retornam em fevereiro, e os produtos começam a entrar no país apenas em maio", acrescenta.
"Também teremos uma base de comparação baixa para 2015, o que facilitará o registro de um crescimento. Mas essa alta poderá ser realmente significativa se o governo mudar a condução da política econômica."
Linhas de financiamento de longo prazo para a pequena e a média empresa, por exemplo, seriam umas das medidas que favoreceriam o setor, segundo Nogami.
Grife... A receita da Hermès atingiu € 2,9 bilhões de janeiro a setembro deste ano, uma alta de 12% considerando taxas de câmbio constantes e de 9% após o ajuste do impacto negativo das moedas.
...em alta A grife francesa teve crescimento em todas as regiões do mundo e em todos os setores, com exceção do segmento de relógios.
Força... A distribuidora Manchester, parceira da ArcelorMittal, ampliou sua atuação nas regiões serrana, norte e noroeste do Estado do Rio de Janeiro, com um novo representante comercial.
...de vendas Com a estratégia, foram fechados 294 contratos com novos clientes, uma alta de 6,35% no faturamento mensal da empresa na região.
Otimismo natalino
A confiança do empresário paulistano teve em outubro a segunda alta mensal após sete quedas consecutivas neste ano, segundo pesquisa da FecomercioSP.
O indicador subiu 2,1% em relação ao mês anterior e passou de 100,6 pontos em setembro para 102,6 em outubro, em uma escala que varia de zero (pessimismo total) a 200 (otimismo total).
Somente empresas com até 50 funcionários tiveram um aumento e puxaram o índice.
Em comparação com outubro do ano passado, entretanto, o humor caiu 15,5%. Naquele mês, o indicador havia chegado a 121,5 pontos.
A recuperação do otimismo nos últimos meses se deve aos preparativos para o final do ano e às previsões dos comerciantes em investir e contratar mais para atender à maior demanda.
A perspectiva de otimismo nos próximos meses, por sua vez, não deverá ser suficiente para reverter o desempenho de 2014 nem estimular as vendas a ponto de superar o desempenho das festas de 2013, segundo a entidade.
Gestão
"A divisão das nossas expectativas exige crescimento econômico. Senão, não vamos sustentar a pressão social." A afirmação foi feita pelo empresário Jorge Gerdau, na quinta-feira (6), em encontro fechado de investidores sociais, entre os quais representantes de grandes empresas do país.
"Precisamos gerir melhor para ter poupança."
Para Gerdau, que está há três anos e meio na Câmara de Gestão e Competitividade da Presidência da República, o país precisa elevar a renda per capita de US$ 11 mil para US$ 22 mil para ter "uma educação e uma saúde mínimas".
"Com essa renda, não atingiremos um crescimento satisfatório. O maior desafio do governo é como avançar", completou.
"Se me quiserem, posso acompanhar, mas acho que não mais em função executiva", respondeu quando a coluna perguntou se pretende continuar na Câmara que preside voluntariamente a convite de Dilma.
Na reunião organizada pelo Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social, o industrial relatou que 11 mil dos 45 mil colaboradores da Gerdau fazem trabalho voluntário.
Recuo nos EUA
Após três altas consecutivas, a confiança do consumidor americano diminuiu em novembro. A queda foi de 1,5 ponto e o indicador ficou em 51,7 pontos, segundo a Ipsos.
Apesar da retração, o índice continua acima da média histórica, de 49,3 pontos (a escala varia de 0 a 100, números maiores indicam uma confiança mais elevada).
Enquanto a atual situação econômica do consumidor, um dos itens que compõem o indicador, recuou 1,9 ponto, a expectativa em relação ao futuro caiu 0,3. Pouco mais de 30% acreditam que sua situação irá melhorar nos próximos seis meses.
Foram entrevistadas cerca de mil pessoas.
Números do consumidor
51,7 pontos
foi quanto registrou a confiança do consumidor americano em novembro, em escala que vai de 0 a 100
49,3 pontos
é a média histórica do indicador
32%
dos entrevistados acreditam que sua situação financeira irá melhorar nos próximos seis meses
74%
disseram que não irão alterar seus gastos por causa da queda do preço da gasolina
Fogão americano
A Kitchens, fabricante de móveis planejados, vai vender no Brasil produtos da Viking, marca norte-americana de eletrodomésticos de alto padrão.
Com a parceria, o grupo será representante da companhia estrangeira nas regiões onde tem lojas. Hoje, são 18 pontos de venda.
"Começamos a comercialização pelas unidades de São Paulo e Campinas e vamos expandir para as demais em um prazo de até 120 dias", diz Américo Ferreira da Silva, sócio e diretor financeiro da Kitchens.
A expectativa é que a venda de eletrodomésticos, que hoje representa 12% do faturamento, atinja 22%. Os fogões mais caros da marca americana passam de R$ 30 mil, segundo Silva.
A Kitchens também planeja abrir mais duas lojas próprias no Sudeste em 2015, afirma o empresário.
Em 2014, por causa do cenário econômico, o faturamento do grupo crescerá cerca de 2%, sem descontar a inflação. "Foi um ano muito complicado", afirma.
A fábrica da companhia em Guarulhos (SP) deverá fechar este ano com uma produção de 11 mil ambientes, como cozinhas ou dormitórios planejados.
850
é o número de funcionários da empresa brasileira
30 mil m²
é a área construída da fábrica de móveis planejados