Para BC dos EUA, alta prematura dos juros pode afetar recuperação
Uma alta prematura dos juros básicos americanos, que hoje estão praticamente zerados, pode colocar em xeque a recuperação da economia dos EUA. A análise faz parte da ata da mais recente reunião do comitê do Federal Reserve (BC dos EUA).
No documento, integrantes do comitê deixaram claro que estão inclinados a não mexer nos juros por um tempo maior, se for preciso. O mercado espera que os juros comecem a subir em junho.
"Muitos participantes observaram que um aumento prematuro nos juros poderia golpear a recuperação aparentemente sólida da atividade real e das condições do mercado de trabalho, minando o progresso em direção aos objetivos do comitê."
Os integrantes do comitê debateram ainda o impacto da inflação baixa, além dos efeitos nos EUA da desaceleração chinesa, das tensões no Oriente Médio e na Ucrânia.
Uma das maiores discussões foi sobre a retirada do termo "paciente" dos comunicados --o Fed repetiu em janeiro que seria "paciente" ao decidir quando elevar os juros. A ata mostra que muitos integrantes temem que abandonar a expressão "paciente" possa levar a uma mudança nas expectativas do mercado sobre o momento de aumento nos juros.
MERCADOS
Apesar do tom cuidadoso da ata do Fed e do relativo progresso nas negociações em torno da dívida da Grécia, as Bolsas americanas fecharam em baixa nesta quarta (18). A Bolsa de Nova York teve queda de 0,1% no índice Dow Jones e de 0,03% no S&P 500. A Nasdaq, onde são negociadas as ações de tecnologia, subiu 0,14%.
No exterior, o destaque foi para a queda de 3,52% no petróleo do tipo cru, que voltou a US$ 61,71 o barril.
No Brasil, o dólar à vista (referência do mercado financeiro) encerrou com alta de 0,25%, negociado a R$ 2,841. O dólar comercial, usado no comércio exterior, fechou em alta de 0,31%, a R$ 2,842.
No Brasil, o Ibovespa, principal índice acionário do mercado local, subiu 1,27% e atingiu 51.280 pontos, o maior patamar desde 5 de dezembro de 2014.
As ações preferenciais (sem voto) da Petrobras subiram 1,3% para R$ 10,12. As ações ordinárias, com direito a voto, fecharam com alta de 1,74%, a R$ 9,95. As ações preferenciais da Vale subiram 1,09%, e as ordinárias, 1,02%.