Mercado Aberto
MARIA CRISTINA FRIAS - cristina.frias@uol.com.br
Empresas de planos de saúde reduzem aportes
As operadoras de planos de saúde reduziram em quase 50% o volume de investimentos em 2014, segundo cálculo da Abramge (associação de medicina de grupo) com base em dados da ANS (Agência Nacional de Saúde).
No período de 12 meses encerrado em setembro de 2014, as empresas do setor investiram R$ 1,1 bilhão. No intervalo do ano anterior, o total havia sido de R$ 2,1 bilhões.
A deterioração do cenário econômico no ano passado atrelada a fatores como aumento da taxa de juros e maior restrição ao crédito são algumas das causas para a desaceleração dos aportes.
"Ainda assim, se levarmos em consideração as dificuldades com a economia e o crescimento do PIB, que foi mínimo, as empresas conseguiram investir uma quantia substancial", diz Antonio Carlos Abbatepaolo, diretor-executivo da associação.
A maior parte dos recursos foi destinada para a infraestrutura, como a construção de hospitais e a compra de máquinas e equipamentos.
Só em novos leitos hospitalares, os investimentos em 2014 atingiram R$ 905 milhões, o que resultou na abertura de 2.600 quartos privados, segundo a entidade.
Para 2015, a Abramge ainda não fechou uma projeção de desempenho, mas o diretor-executivo avalia que o ano deverá ser de estagnação.
"Todos os indicadores econômicos mostram um cenário pior neste ano. Então, as dificuldades para as empresas deverão ser maiores do que as de 2014", afirma.
"O capital estrangeiro entrando no setor, por outro lado, poderá ajudar a viabilizar parte dos investimentos."
DE MUDANÇA PARA O BRASIL
A Chiesi Farmacêutica, com sede na Itália, desenvolverá um programa de investimentos de cerca de R$ 25 milhões no Brasil.
Parte do aporte será destinada à transferência de uma linha de produção de spray nasal de Parma para a região metropolitana de São Paulo, em Santana de Parnaíba, onde o grupo tem uma planta.
O medicamento deixará de ser fabricado na Itália. "Não temos mais espaço na unidade de lá. Ou trazíamos para o Brasil ou teríamos de terceirizar a fabricação", diz o presidente da empresa no país, José Fernando Albertini de Almeida.
"Optamos por adotar uma estratégia de investimento na planta brasileira, que ainda tem área disponível."
A companhia pretende dobrar seu faturamento no país até 2020. Para isso, prevê realizar aquisições.
"Crescendo organicamente, poderemos chegar a 80% da meta. O restante, terá de ser através da compra de empresas ou de produtos", acrescenta o executivo.
O Brasil é hoje o sexto maior mercado para a companhia -depois de Itália, Alemanha, Estados Unidos, França e Espanha- e deverá passar para a quarta colocação em cinco anos.
"Comparativamente com outros países, o Brasil continuará indo melhor. O setor farmacêutico no país deverá voltar a crescer de forma mais acelerada em 2017."
€ 1,342 bilhão foi o volume de negócios da empresa em 2014, o equivalente a R$ 4,4 bilhões
8,4% foi o crescimento na comparação com 2013
12% foi a expansão no mercado brasileiro
3.000 são os funcionários no mundo
ESPAÇO TEMPORÁRIO
A DCL Real Estate, empresa paranaense que atua com imóveis corporativos e condomínios logísticos, entrou no segmento de autoarmazenamento ("self storage").
O grupo montou em Curitiba o primeiro empreendimento para a atividade, que consiste na locação de boxes por períodos temporários.
"É um setor bem desenvolvido no exterior, mas em amadurecimento no Brasil", diz Paola Noguchi, principal executiva da DCL. "Nos Estados Unidos, foi um dos poucos segmentos imobiliários que não teve queda."
A empresa está mapeando áreas na região Sul, sobretudo nas capitais e cidades de maior porte, para a expansão do negócio.
Um dos alvos são pessoas que precisam de depósitos por períodos definidos, como em casos de mudanças ou obras em apartamentos.
No segmento corporativo, a aposta é em lojistas que necessitam de áreas para estoques em períodos sazonais e em escritórios que têm de manter documentos.
234 MIL M² é o total de projetos imobiliários já desenvolvidos pela empresa, no PR e em SC
70% da área estão locados para o segmento de varejo
meio termo
O Brasil é o sexto país, dentre 30 analisados pelo HSBC, com o maior número de empresas de médio porte. Ao todo, são 7.700.
Essas companhias empregam 13,7% do mercado de trabalho nacional (excluindo os setores de educação, saúde e público). A parcela é mais elevada que a dos dois países que têm o maior número de empresas com esse tamanho (Estados Unidos e China).
Algumas economias menores e com menos companhias de médio porte, porém, têm uma maior porcentagem de mão de obra nesse segmento. O Canadá, por exemplo, tem 14,5% de seus trabalhadores empregados nas 5.950 empresas médias.
No Brasil, a maior parte das companhias com esse perfil (32%) está concentrada no setor manufatureiro. Em seguida, aparecem o atacado e o varejo e os serviços financeiros.