Helicópteros
Com menor demanda de petroleira, empresas de táxi aéreo demitem
DA REUTERS - A demanda da Petrobras por helicópteros que atendem campos de petróleo tem frustrado expectativas de empresas de táxi aéreo, que já demitiram quase 140 tripulantes entre meados de 2014 e março deste ano, uma mostra de como programas de corte de custos da estatal afetam os mais diversos setores da economia.
Com grande parte da produção de petróleo em alto-mar, o serviço de táxi aéreo é fundamental para a Petrobras transportar trabalhadores até as plataformas e os navios-sonda, num momento em que a estatal precisa ampliar a produção e desenvolver descobertas.
"A crise para o setor aéreo pegou bem feio mesmo", afirma o piloto de helicóptero Marcelo Quadrado, que trabalhava para uma empresa que prestava serviço para a Petrobras, confirmando situação relatada pelo sindicato da categoria.
Em um período de menos de um ano, foram 136 demissões de pilotos, segundo o Sindicato Nacional dos Aeroviários, uma situação que contrasta fortemente com a verificada quando a Petrobras avançou na exploração do pré-sal, quando havia uma menor relação de pilotos por vaga.
Quadrado, que está desempregado há sete meses, ressaltou ainda que as atividades menos aquecidas de transporte para a indústria petrolífera acabam tendo um impacto global para o setor de táxi aéreo, já atingido pela economia mais fraca.
"Quando o 'offshore' [no mar] fica ruim, o mercado executivo fica junto."
Procurada, a Petrobras disse que não está reduzindo as atividades de transporte "offshore", mas que adotou algumas novas práticas para aumentar a produtividade.