Vaivém das Commodities
Mauro Zafalon - mauro.zafalon@uol.com.br
Importação de cápsula dispara; exportação de café cai
As importações de café torrado e moído pelo Brasil se mantêm em ritmo forte. Já as exportações têm intensa queda. É mais um setor em que as exportações de produto com valor agregado diminui.
Os dados dos três primeiros meses deste ano indicam que o Brasil importou 575 mil quilos de café torrado e moído, principalmente em forma de cápsulas, um volume 27% superior ao de 2014.
Em dólares, os gastos são maiores. As importações somaram o recorde de US$ 11,4 milhões até março, 40% mais que em igual período de 2014.
Essa elevação de gastos ocorre antes de o governo reduzir para zero as alíquotas de importações sobre cápsulas e máquinas para a preparação desse café.
O café em cápsulas teve a alíquota alterada de 10% para zero. Já as máquinas para preparação de bebidas tiveram o imposto reduzido de 20% para zero.
Para a Camex, as reduções tarifárias --cuja publicação ocorreu no início deste mês-- fazem parte de um conjunto de medidas para a criação de mercado e atração de investimentos no país para a fabricação local de produtos com maior agregação de valor.
MÁQUINAS
As importações de máquinas também crescem, e em ritmo ainda maior. Nos três primeiros meses deste ano, foram gastos US$ 29,7 milhões com importações desses equipamentos, um valor 47% superior ao de igual período do ano passado.
De janeiro a março deste ano, entrou 1,38 milhão de aparelhos para a preparação de café ou chá, segundo o Ministério do Desenvolvimento.
A origem desses aparelhos é a China, responsável por 93% deles. Já o café vem, em grande parte, da Suíça, cujas importações somaram US$ 7 milhões no trimestre, 65% mais do que no ano passado.
Já a Itália, tradicional fornecedora ao Brasil, teve redução de 31% no período.
As exportações brasileiras de café torrado recuaram para US$ 2,34 milhões de janeiro a março, 12% menos do que em igual período do ano passado. Em relação a 2008, quando o país ensaiava uma conquista de mercado, a queda é de 75%.
Estados Unidos, Argentina e Chile são os principais importadores do produto brasileiro, aponta a Secex (Secretaria de Comércio Exterior).
-
Etanol Os preços praticados nos postos de abastecimento da cidade de São Paulo continuam caindo. O recuo da semana passada foi de 1,1%, segundo pesquisa da Folha. O menor preço por litro registrado na pesquisa foi R$ 1,849; o maior, R$ 2,499.
Em alta Já nas usinas paulistas, o preço do álcool hidratado está em alta, um comportamento diferente do registrado no ano passado, quando, devido ao início da safra, estavam em queda. Segundo o Cepea, a alta foi de 0,6% na semana passada.
Exportações As vendas externas de soja deverão atingir 6,5 milhões de toneladas neste mês, conforme os dados da Secex. Se confirmado, o volume fica acima do de março, mas inferior aos 8,25 milhões de abril de 2014.
Em queda Já as exportações de milho deverão recuar para 116 mil toneladas neste mês, tomando como base as exportações acumuladas até a semana passada. Se confirmado, será o menor volume nos meses de março nos últimos três anos.
Atacado Os preços dos alimentos se mantiveram com leve recuo na semana passada no mercado atacadista, influenciados pelas quedas de preço do milho, da soja e da carne de frango. É o que aponta o Índice de Preços Agrícolas da RC.
Em alta Já carne suína, arroz e trigo subiram, segundo a pesquisa da RC Consultores. Apesar dessa queda média na semana, os preços de abril ainda superam os de março passado.
-
DE OLHO NO PREÇO
Cotações
Nova York
Açúcar
(cent. de US$)*13,31
Café
(cent. de US$)*136,10
Chicago
Milho
(US$ por bushel)3,60
Soja
(US$ por bushel)9,73
* por libra peso