Mercado Aberto
MARIA CRISTINA FRIAS - cristina.frias@uol.com.br
iFood recebe R$ 125 mi em aportes para se expandir
A brasileira Movile e a britânica JustEat, de comércio para dispositivos móveis, investirão R$ 125 milhões para ampliar a área de atuação do aplicativo iFood no país.
O montante será aplicado em desenvolvimento de tecnologia, compra de equipamentos, contratação de funcionários e divulgação.
"Até o final do ano, pretendemos estar em todas as grandes cidades do país e ter cobertura completa nas capitais", afirma Arthur O'Keefe, diretor da Movile.
Hoje, são 5.000 restaurantes cadastrados no aplicativo, número que deve dobrar até dezembro.
Da base atual de estabelecimentos em 60 cidades, 10% utiliza, além do meio de comunicação, os serviços de entrega que o iFood oferece.
"Queremos ampliar esse serviço, que é muito importante para nós, com a entrada [do aplicativo] em outras cidades", diz O'Keefe.
Para estar na base de estabelecimentos do iFood, o restaurante paga entre 10% e 12% do total vendido por meio da plataforma. Para contratar um serviço de entregas, o custo é maior.
Apesar da crise econômica, a empresa acredita que há espaço para crescer.
"O Brasil é um país que gosta da praticidade de pedir comida pelo celular."
Do total, a Movile será responsável por R$ 83 milhões, e a JustEat entrará com o restante. A brasileira é a maior acionista da joint venture, com 60% das ações.
DECORAÇÃO COMPACTA
A Imaginarium, rede de lojas de objetos de design, vai abrir 30 unidades neste ano no país, com foco em municípios de 100 mil a 200 mil habitantes.
Ao menos dez terão perfil mais compacto. Hoje, são três em operação, em Itabira e Divinópolis, em Minas Gerais, e Pato Branco (PR).
"Com o momento atual, as pessoas estão mais avessas a fazer investimentos arriscados", diz Newton Ribeiro, presidente da rede.
"O foco é que esses pontos tenham um custo de instalação mais baixo, em linha com a expectativa de vendas menor nesses municípios."
Nas cidades com menos de 100 mil habitantes, a presença da marca continuará sendo feita por meio das franquias Love Brands, que comercializam também produtos da Balonè e da Puket.
"Começamos também a trabalhar para aumentar o faturamento médio das nossas lojas, com produtos mais elaborados", afirma.
R$ 180 milhões foi o faturamento aproximado da rede em 2014
180 são as unidades em operação
30 m² é o tamanho médio de uma loja compacta, enquanto a convencional chega a 40 m²
APERTO EMPRESARIAL
Os pedidos de recuperação judicial feitos por empresas cresceram 6,4% no acumulado de janeiro a maio deste ano, em relação ao mesmo período de 2014, segundo a Boa Vista SCPC (Serviço Central de Proteção ao Crédito).
"O aumento não está em um patamar muito elevado, mas é uma alta que já reflete o momento da economia do país", diz Flávio Calife, economista da entidade.
Nos primeiros cinco meses deste ano, as recuperações judiciais deferidas pela Justiça avançaram 4,5%.
Os pedidos de falência, por sua vez, recuaram 1,7% no mesmo intervalo. "É uma queda que, por causa do quadro atual, não deverá se manter ao longo do ano."
O estudo é feito com base em dados de varas de falência das Justiças estaduais de todo o país.
Mais... A Weidmann, fabricante suíça de produtos de isolamento elétrico para transformadores de energia, terá uma nova fábrica em Valinhos, no interior de São Paulo. A unidade receberá a produção que hoje está em Piracicaba (SP).
...volts A nova planta terá uma capacidade 50% superior, com um quadro de 140 funcionários. A multinacional tem hoje quatro fábricas, 18 laboratórios em operação no mundo e emprega cerca de 3.000 trabalhadores.
Vitrine Produtos de 36 marcas brasileiras terão espaços exclusivos, em junho e julho, em lojas da rede varejista Isetan, no Japão. Há grupos de moda, cosméticos e alimentos, entre outras áreas, selecionados pela Apex-Brasil.
PRIORIDADE DE RH
A instabilidade econômica alterou as prioridades dos departamentos de RH das companhias do país neste ano.
Lidar com mudanças, por exemplo, foi um dos itens que subiu no ranking das atividades consideradas prioritárias. No ano passado, ficava na quinta posição. Em 2015, passou para a segunda.
Desenvolvimento de liderança ocupou o primeiro lugar nos dois anos. Enquanto retenção de talentos e desenvolvimento de executivos foram atividades que sumiram das dez primeiras colocações, aumento da produtividade, apareceu pela primeira vez.
A pesquisa, que consultou 700 organizações brasileiras, é da Associação Brasileira de Recursos Humanos, da MicroPower e do Institute For Corporate Productivity.