Ministério avalia que problema é político
O Ministério do Planejamento avalia que, hoje, a polêmica sobre o descumprimento da meta de superavit primário pode se transformar mais num problema político do que econômico.
Técnicos lembram que o mercado já trabalha com uma meta menor, entre 0,6% e 0,8% do PIB, e considera mais importante o governo garantir que ela será crescente nos próximos anos. Ou seja, um superavit menor já é aceito e compreendido pelos agentes do mercado diante da queda de receita da União.
O problema, destaca o Planejamento, está mais no Congresso diante da decisão do governo de trabalhar por superavits crescentes.
Hoje, o governo é obrigado a ficar alterando a meta no Legislativo quando há risco de ela não ser cumprida, como aconteceu no final do ano passado para evitar que a presidente Dilma corresse o risco de sofrer algum tipo de punição pelo descumprimento.
A manobra de mudança foi bombardeada pela oposição. Em vez de atingir o superávit de 1,9% do PIB, o governo fechou o ano com um déficit de 0,6%.
Agora, o senador Romero Jucá (PMDB-RR) propõe reduzir o superavit de 1,1% para 0,4% do PIB.
Até o dia 22 de julho, quando divulgará nova programação de execução de seu Orçamento, o governo terá de divulgar se e em quanto reduzirá sua meta fiscal. O Ministério da Fazenda prefere algo acima de 0,8%.