Petrobras ameaça rescindir com grupo que parou obra do Comperj
Consórcio alega problemas financeiros para fazer unidade de gás
A Petrobras ameaça rescindir o contrato do consórcio QGIT, formado pelas empresas Queiroz Galvão, Iesa Óleo & Gás e Tecna Brasil, que decidiu suspender as obras de uma unidade do Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro), em Itaboraí, região metropolitana do Rio.
Em nota divulgada nesta terça (29), a estatal informou que toma as medidas para evitar a paralisação, mas afasta a possibilidade de renegociação do contrato, como querem as empreiteiras.
"A Petrobras está em dia com suas obrigações e não concorda com a paralisação das obras", afirmou.
O consórcio, que tem duas empresas investigadas na Lava Jato (Queiroz Galvão e Iesa), construía a unidade que irá receber e escoar a produção de gás natural do pré-sal. A UPGN (Unidade de Processamento de Gás Natural) é hoje a única instalação do Comperj no plano de negócios da Petrobras –com conclusão das obras prevista para 2017.
O grupo alega dificuldades financeiras ante "os insustentáveis impactos sobre o contrato, decorrentes da crise econômica atual e de seus efeitos no câmbio e no mercado financeiro". Com a suspensão, 800 trabalhadores foram demitidos. O consórcio sustenta que a paralisação é temporária.
A Petrobras diz que, caso o consórcio mantenha a decisão de paralisar as obras, serão aplicadas as sanções previstas em contrato, incluindo a rescisão. "Neste caso, será realizada uma nova contratação dos serviços remanescentes, buscando-se evitar qualquer impacto no cronograma de entrega da unidade."