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Australiano leva prêmio literário Man Booker
Richard Flanagan ganhará R$ 190 mil
O romance "The Narrow Road to the Deep North" (a estrada estreita para o norte profundo), do australiano Richard Flanagan, 53, venceu nesta terça (14) o Man Booker Prize, um dos mais importantes prêmios literários para obras de língua inglesa.
O livro, que deve sair no Brasil em 2015 pelo selo Biblioteca Azul, da Editora Globo, aborda o período da construção da ferrovia Thai-Burma, conhecida como a Ferrovia da Morte --também retratada no filme "A Ponte do Rio Kwai"--, durante a Segunda Guerra Mundial.
O presidente do júri, A.C Grayling, definiu o livro como um "romance absolutamente soberbo". "Não é bem um romance de guerra, não é sobre pessoas atirando umas nas outras e bombas estourando. É muito mais sobre indivíduos, suas experiências e suas relações. É cheio de nuances, como se todos os envolvidos, dos dois lados da história, fossem vítimas."
"The Narrow Road to the Deep North" conta a história de Dorigo Evans, cirurgião australiano que vira prisioneiro de guerra num campo japonês e tem de trabalhar na construção da ferrovia.
A história chama a atenção especialmente porque Flanagan é filho de um sobrevivente desse campo japonês. Seu pai morreu, aos 98, no dia em que o livro foi finalizado.
Nascido no Estado da Tasmânia e considerado um dos melhores escritores de seu país, Flanagan é o terceiro australiano a vencer o prêmio --os outros foram Thomas Keneally e Peter Carey.
O autor recebeu 50 mil libras (cerca de R$ 190 mil) pela obra, seu sexto romance. Também cineasta, Flanagan é coautor do roteiro de "Austrália", de Baz Luhrmann.
No Brasil, teve publicados os romances "A Terrorista Conhecida" e "O Livro dos Peixes de William Gould", ambos pela Companhia das Letras. "O Livro dos Peixes de William Gould", atualmente fora de catálogo, será reeditado pela Biblioteca Azul.
Na véspera do prêmio, as casas de apostas davam como favoritos os britânicos Howard Jacobson, Ali Smith e Neel Mukherjee. Também concorriam os americanos Joshua Ferris e Karen Joy Fowler, na primeira edição do Booker a aceitar candidatos dos Estados Unidos.