Governo de Hong Kong se diz pronto para novo diálogo
Governador afirma que gostaria de abrir conversas sobre o sufrágio universal, 'se possível, na próxima semana'
Após vídeo mostrar agressão de policiais, líder estudantil diz que não pedirá mais que eles sejam poupados
Uma semana após suspender as conversações, o chefe do governo de Hong Kong, Leung Cheun-ying, se mostrou disposto nesta quinta-feira (16) a retomar o diálogo com os estudantes que lideram as manifestações pró-democracia.
"Gostaríamos de abrir um diálogo sobre o sufrágio universal o mais rapidamente possível. Se possível, na próxima semana", disse Leung.
O chefe do Executivo da ex-colônia britânica, alvo de pedidos de renúncia dos manifestantes, se recusou a falar sobre as acusações de brutalidade da polícia local.
Um vídeo mostrou na quarta (15) seis policiais agredindo um rapaz caído no chão e com as mãos amarradas.
"Não deveríamos politizar este incidente", afirmou Leung, antes de afirmar que as autoridades abriram uma "investigação imparcial" sobre o ocorrido.
O líder estudantil Joshua Wong, 18, lembrou aos manifestantes que tinha pedido que os protestos não fossem contra os policiais, que só faziam o seu trabalho'. "A partir de agora, não vou dizer isso nunca mais", afirmou.
Grupos pró-democracia, que protestam na cidade desde 28 de setembro, e a polícia voltaram a se enfrentar na madrugada de quinta.
Na madrugada desta sexta (início da noite de quinta no horário de Brasília), uma operação policial retirou boa parte das barracas armadas no bairro de Mong Kok. Cerca de 30 manifestantes foram detidos sem oferecer resistência.
Por volta das 9h (horário local), porém, centenas de manifestantes se juntaram aos que já estavam no local para tentar impedir a retirada das barracas.
O movimento reivindica mais autonomia para eleger o novo governador, em 2017, já que o governo chinês controla a lista de candidatos.