Coreia do Norte liberta americano detido desde abril
Jeffrey Fowle foi preso por ter deixado uma Bíblia em um hotel; embaixada da Suécia ajudou na libertação
Dois norte-americanos ainda estão presos no país; Casa Branca diz que Pyongyang os usa como 'reféns políticos'
O governo dos Estados Unidos anunciou nesta terça-feira (21) que Jeffrey Fowle, um dos três norte-americanos detidos pelo regime da Coreia do Norte, foi libertado.
Segundo informou Josh Earnest, porta-voz da Casa Branca, Fowle já estava a caminho de sua casa, em Moraine, no Estado de Ohio.
O americano, de 56 anos, ficou detido na Coreia do Norte por seis meses.
Ele foi detido em abril, acusado de ter deixado uma Bíblia em um hotel do país, o que seria prova de tentativa de converter ao cristianismo cidadãos do país, que é oficialmente ateu.
A rede norte-americana de TV CNN informou que Fowle, após deixar Pyongyang, a capital norte-coreana, estava na ilha de Guam, um território norte-americano no oceano Pacífico.
A porta-voz-adjunta do Departamento de Estado dos EUA, Marie Harf, saudou a libertação de Fowle e disse que ela foi alcançada graças aos esforços incansáveis ""de diplomatas da Embaixada da Suécia em Pyongyang.
Harf acrescentou em um comunicado que os EUA continuam mantendo o foco nos outros dois cidadãos detidos, Kenneth Bae e Matthew Miller, e apelaram ao governo norte-coreano para que os libere imediatamente.
Ainda segundo a porta-voz-adjunta, o preso deixou Pyongyang devido a ações empreendidas pelo Departamento de Defesa norte-americano.
Há algumas semanas, Fowle expressou sua preocupação de que poderia ter o mesmo destino que seus dois compatriotas, que foram presos e condenados.
TESTEMUNHA OCULAR
Miller, 24, foi condenado a seis anos de trabalhos forçados depois de ter destruído o seu visto de turista e ter pedido asilo ao país.
Ele foi acusado de entrar na Coreia do Norte com a "ambição" de morar em uma prisão e se tornar testemunha ocular das violações de direitos humanos nesses locais.
O missionário Bae, 42, foi preso em novembro de 2012 e condenado a 15 anos de trabalhos forçados.
Ele é acusado de tentar montar uma rede de proselitismo para derrubar o governo norte-coreano.
O governo americano criticou Pyongyang pelas condenações e afirmou que os cidadãos estão sendo tratados como "reféns políticos" para que a Coreia do Norte tenha concessões diplomáticas.