Juiz tira enfermeira de quarentena nos EUA
Kaci Hickox, que cuidou de pacientes com ebola em Serra Leoa, não apresenta sintomas
Um juiz do Maine rejeitou nesta sexta (31) um pedido de autoridades de saúde para restringir o movimento da enfermeira Kaci Hickox.
A enfermeira esteve recentemente em Serra Leoa cuidando de pacientes com ebola, a serviço da ONG Médicos Sem Fronteiras. O teste para verificar se estava infectada deu negativo.
Nesta sexta, o juiz Charles C. Laverdière determinou que a enfermeira deve continuar monitoramento sua saúde, medindo duas vezes por dia a sua temperatura.
Como não apresenta sintomas, o juiz disse que ela não pode transmitir a doença.
Na quinta, Hickox desafiou decisão estadual para que mantivesse quarentena até o dia 10 de novembro e saiu para passear de bicicleta.
Em ordem temporária dada no mesmo dia, Laverdière decidira que Hickox deveria evitar espaços públicos, como shoppings centers, e manter um metro de distância das pessoas.
Nesta sexta, após falar por telefone com Hickox, ele disse que ela teria apenas de manter o monitoramento diário de sua saúde e informar aos serviços de saúde sobre qualquer sintoma e sobre qualquer plano de viagem.
Norman Siegel, um dos advogados da enfermeira, comemorou a decisão.
O governador do Maine, Paul LePage, lamentou que as restrições tenham sido aliviadas, mas informou que o Estado as cumprirá.
O Estado do Maine recorrera ao tribunal para impor restrições à enfermeira até que o período de incubação do vírus (21 dias) terminasse. Isso acontecerá no dia 10 de novembro.
Hickox disse, no início da semana, que o confinamento, que deveria cumprir em sua casa, viola seus direitos civis. "Não estou disposta a ficar em casa e deixar meus direitos civis serem violados, já que essa orientação não é baseada na ciência".
Ela afirmou que está seguindo as orientações do Centro de Controle e Prevenção de Doenças para a febre e outros sinais da doença.
Em uma ação judicial, a diretora do Centro de Controle e Prevenção de Doenças do Maine, Sheila Pinette, contestou a solicitação do Estado para uma quarentena em casa e defendeu que Hickox cumpra as restrições que seguem as diretrizes federais.
"Em minha opinião, a pessoa deve ficar sujeita a uma ordem de saúde pública adequada para um monitoramento obrigatório e a restrições de circulação o mais rapidamente possível e até ao final do período de incubação, para proteger a saúde pública e a segurança", afirmou Pinette.