Ativistas de Hong Kong ameaçam dar início a protestos em Pequim
Depois de um mês ocupando uma área central de Hong Kong, ativistas pró-democracia avaliam dar um passo além: viajar a Pequim para confrontar o governo chinês, que detém a palavra final sobre o que ocorre no território.
Os estudantes rejeitam as restrições impostas pelo governo chinês à escolha dos candidatos para a eleição do próximo chefe do Executivo local, marcada para 2017. Acusam Pequim de não cumprir a promessa de permitir o sufrágio universal.
Num discurso, Alex Chow, líder da Federação de Estudantes de Hong Kong, disse que é hora de "mostrar ao mundo e ao governo" que as regras devem ser revogadas.
Uma das ideias seria levar o protesto à capital chinesa durante a cúpula do fórum de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (Apec na sigla em inglês). Cercado de um enorme esquema de segurança, o encontro será realizado em Pequim nos dias 10 e 11 de novembro, quando o líder chinês, Xi Jinping, receberá os chefes de Estado dos EUA, Rússia e Japão, entre outros.
Após um século e meio como colônia britânica, Hong Kong retornou ao domínio da China em 1997, sob a fórmula "um país, dois sistemas", que prevê uma relativa autonomia em relação a Pequim.
Seus residentes precisam de uma autorização de Pequim para visitar a China continental, o que torna improvável o plano dos estudantes.
"Se não pudermos passar pela alfândega, será uma mensagem de que Pequim não se importa com a opinião dos cidadãos de Hong Kong", disse Chow.
Mesmo que dificilmente se realize, a pretensão dos estudantes de confrontar Pequim mostra que o impasse está longe de acabar.