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Hotel de Cristina é alvo de ação judicial
Juiz determina uma operação de busca e apreensão em empreendimento da família da presidente da Argentina
Suspeita é de que o hotel de alto luxo, que fica na Patagônia, seja utilizado para ações de lavagem de dinheiro
Um hotel da família da presidente Cristina Kirchner, no sul da Argentina, está sendo investigado pela Justiça.
A pedido de uma deputada de oposição, o juiz Claudio Bonadio abriu um processo judicial e ordenou uma ação de busca e apreensão na sede administrativa do hotel, que fica em Buenos Aires.
O hotel Alto Calafate situa-se em El Calafate, no Estado de Santa Cruz, onde o casal Kirchner começou sua trajetória política.
Foi na casa da família nessa localidade da Patagônia que o ex-presidente Néstor teve um ataque cardíaco e morreu em 2010.
Dois anos antes, em 2008, o ex-presidente havia afirmado que tinha desembolsado US$ 2 milhões para comprar o Alto Calafate.
A suspeita é que o hotel seja usado num esquema de lavagem de dinheiro. O pedido de investigação foi feito pela deputada de oposição Margatrita Stolbizer.
Entre as evidências apresentadas está o fato de a empresa que gerencia o hotel, a Hotesur, não ter apresentado o último balanço de resultados. Além disso, o escritório que foi alvo da ação policial está vazio.
O magistrado também mandou oficiais à Inspeção Geral de Justiça, órgão vinculado ao Ministério da Justiça e responsável por controlar as sociedades comerciais. A Justiça pediu ainda dados para o fisco.
A Receita divulgou nota na qual afirma que está entregando toda a informação requerida por Bonadio.
Em entrevista ao canal de TV TodoNotícias, a congressista que denunciou as irregularidades do Hotesur diz que "todos sabem que os cassinos e os hotéis são as operações mais fáceis para encobrir lavagem de dinheiro".
Segundo o jornal "La Nación", o empresário argentino Lázaro Baez, que é investigado pela Justiça dos EUA, pagou por quase mil diárias no Alto Calafate para seus funcionários, sem que eles tivessem se hospedado lá. Baez é amigo do casal Kirchner.
Na declaração patrimonial de Cristina Kirchner consta que a presidente argentina é dona de ações da Hotesur no valor de R$ 2,8 milhões.
A Casa Rosada, sede da Presidência da Argentina, não se manifestou sobre a operação judicial.