Protestos no México acabam com 31 presos
Mascarados tentam invadir palácio após marcha reunir 30 mil na capital
No tumulto, forças de segurança agridem jornalistas de agência de notícias; câmeras são confiscadas
A jornada de protestos de quinta (20) contra o desaparecimento de 43 estudantes da escola normal rural de Ayotzinapa, no sul do México, terminou com 31 presos durante confrontos com a polícia na capital mexicana.
Um dos choques começou por volta das 20h (0h de sexta em Brasília), quando a maioria das 30 mil pessoas que caminharam até o Zócalo, principal praça da Cidade do México, se retiravam do local após o fim do ato.
Com pedras, coquetéis molotov, fogos de artifício e aerossóis usados como lança-chamas contra as forças de segurança, cerca de 200 manifestantes, em sua maioria mascarados, tentaram romper as cercas colocadas pela polícia para proteger o palácio presidencial.
Os mascarados continuaram a atacar os policiais, que não reagiram no primeiro momento, mas depois revidaram com extintores de incêndio, gás pimenta e cassetetes.
No meio da confusão, a polícia agrediu dois jornalistas da agências de notícias Associated Press, que se feriram e tiveram suas câmeras confiscadas pelas forças de segurança. O tumulto terminou com 15 presos.
Além do incidente no Zócalo, dois policiais foram feridos e 16 manifestantes mascarados foram presos durante choques perto do aeroporto internacional Benito Juárez, que serve a capital, na manhã de quinta.
Também houve vandalismo e saques nas manifestações no Estado de Chiapas, no sul do país.
O secretário de governo mexicano, Miguel Ángel Osorio Chong, confirmou as prisões. "Não permitiremos que pessoas sejam feridas nem que as instituições sejam danificadas. A maioria dos mexicanos pede que [o governo] atue e não permita esses atos violentos", afirmou.