Polícia de NY promete reagir a atos violentos
Protestos do fim de semana registraram agressões a agentes e depredação; policiais vinham evitando confronto
Prefeito afirma que manifestações sofrem 'distanciamento feio e inaceitável' e que não vai tolerar violência
Depois de dias de protestos pacíficos, Nova York registrou, no fim de semana, episódios de violência contra policiais, gerando um debate entre as autoridades sobre como agir diante das centenas de pessoas que ocupam há quase duas semanas as ruas da cidade.
No sábado, uma manifestação que atraiu cerca de 25 mil pessoas no sul de Manhattan terminou com dois policiais agredidos, ataques a um carro policial e gritos pedindo a morte de agentes.
De acordo com o Departamento de Polícia de Nova York, os dois agentes foram agredidos na ponte do Brooklyn ao tentar prender um homem que se preparava para atirar uma lata de lixo nas vias embaixo da construção.
Um grupo de manifestantes tentou evitar a prisão, agredindo os dois policiais com chutes e socos. Os agentes foram encaminhados a um hospital --um deles teve o nariz quebrado.
Ainda segundo a polícia, um dos manifestantes deixou para trás uma mochila com três martelos e uma máscara preta. Em outro caso, manifestantes quebraram vidros de uma viatura em que estavam dois guardas.
Um grupo de pessoas também foi filmado durante o protesto gritando "O que queremos? Policiais mortos! Quando queremos? Agora!"
Os episódios trazem um desafio para a polícia de Nova York, que até agora vinha acompanhando os protestos e bloqueando vias para facilitar a passagem dos manifestantes, sem, no entanto, entrar em confronto.
"Durante todo esse tempo, nossos oficiais demonstraram controle e paciência frente a abusos verbais e muito mais. Mas depois dos eventos de hoje [sábado], é aqui que colocamos um limite", disse James O'Neill, do departamento de polícia, em entrevista coletiva.
O prefeito da cidade, Bill de Blasio, afirmou em nota que os eventos marcam "um distanciamento feio e inaceitável das manifestações até aqui. Sejamos claros: não há espaço para violência de nenhum tipo."
Nesta segunda (15) à noite, cerca de 40 manifestantes se reuniram em frente à residência oficial do prefeito com uma lista de dez demandas, entre elas a demissão imediata do policial Daniel Pantaleo, responsável pela morte de Eric Garner, e a indicação de um promotor especial para investigar casos de assassinatos por policiais.
A polícia bloqueou a entrada da residência, mas não houve confronto com os manifestantes.
Os acontecimentos recentes na cidade também geraram atrito entre De Blasio e os policiais de Nova York. No início do mês, após um júri decidir não indiciar um policial que matou por sufocamento um homem negro, o prefeito afirmou que sempre temeu pela segurança de seu filho (que é negro) em suas interações com a polícia.
A declaração gerou protestos do sindicato dos policiais.