Policiais culpam prefeito de NY por morte de 2 agentes
Para principal associação, há 'sangue nas mãos' de Bill de Blasio e de quem tem protestado contra a corporação
Hora antes, assassino sugeriu, em texto em rede social, que se vingaria da morte de negros por policiais
O assassinato de dois policiais em Nova York na tarde do último sábado (20) elevou ainda mais o clima de tensão já registrado nas últimas semanas na cidade, após protestos contra a ação violenta da corporação.
Para o principal sindicato de policiais da cidade, os manifestantes e o prefeito Bill de Blasio --este por não se posicionar firmemente para defender a polícia-- teriam estimulado ataques contra agentes.
"Há sangue em muitas mãos hoje, e ele começa no gabinete do prefeito", disse Patrick Lynch, presidente da Associação Benevolente de Policiais, que culpou ainda "aqueles que incitaram a violência nestas ruas sob o disfarce de protestos".
O estopim das manifestações das últimas semanas foi a decisão da Justiça de não indiciar, no início do mês, o policial Daniel Pantaleo, responsável pela morte por asfixiamento de Eric Garner em julho, durante uma batida no Brooklyn.
Neste sábado, após a morte dos agentes Wenjian Liu, 32, de origem asiática, e Rafael Ramos, 40, de origem latina, policiais se viraram de costas para De Blasio, quando ele chegou ao hospital. Logo depois, o prefeito chamou as mortes de "ataque à toda a cidade" de Nova York.
POSTAGEM
O autor do ataque, Ismaaiyl Brinsley, 28, que já havia sido preso pelo menos 19 vezes, fez quatro disparos contra os policiais, que estavam dentro de uma viatura numa rua do Brooklyn. Os agentes provavelmente nem teriam visto seu assassino, já que ele chegou por trás do carro.
Horas antes de matar os agentes, ele havia tentado matar a ex-namorada em Baltimore, no Estado de Maryland. Brinsley se suicidou com um tiro após ser abordado por outros policiais numa estação de metrô próxima.
Postagens feitas em redes sociais por Brinsley poucas horas antes sugerem que o assassinato dos agentes tenha sido motivado como reação à morte de Garner e do jovem negro Michael Brown, em agosto, por um policial branco na cidade de Ferguson.
"Hoje darei asas aos porcos. Eles levam um de nós... vamos levar 2 deles", escreveu Brinsley, que também era negro, em sua conta no Instagram. O texto acompanhava a foto de uma arma.
Segundo o tablóide "New York Post", a polícia de Nova York investigava neste domingo um jovem de 18 anos que também teria feito ameaças a policiais por meio de redes sociais.