Obama volta a prometer fim de prisão de Guantánamo
Presidente critica custo e má imagem do local
Em entrevista à rede americana CNN, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse neste domingo (21) que fará "tudo o que puder" para fechar a prisão americana de Guantánamo, em Cuba, que abriga presos acusados de terrorismo.
Segundo ele, a manutenção do complexo custa "milhões de dólares por preso", prejudica a imagem do país no exterior e serve de "estímulo para jihadistas".
"Guantánamo é contrária aos nossos valores e é muito cara. [Por isso] temos reduzido a população ali significativamente", disse.
Em dezembro, dez presos foram libertados. Com as transferências --seis presos para Uruguai e quatro para Afeganistão--, restam 132 prisioneiros, dos quais 63 são avaliados como "libertáveis".
RELAÇÃO COM CUBA
Além de difícil de cumprir, o plano de Obama de fechar a prisão, porém, pode não significar o fim da presença militar americana em Cuba, mesmo com o anúncio da reaproximação entre os países.
Segundo a revista "Time", além da resistência do Congresso em aceitar o julgamento dos prisioneiros em solo norte-americano e da dificuldade de encontrar países dispostos a recebê-los, há muitos interesses militares a favor da manutenção da base.
A reportagem cita declaração de 2012 do general Douglas Fraser, então chefe do Departamento de Defesa para o continente americano, em que ele diz ao Congresso que Guantánamo era estratégica para ações dos EUA na América Latina, não podendo ser fechada nem após eventual queda dos Castro.