Papa pede respeito a minorias no Oriente Médio
Em fala de Natal, Francisco cobra proteção a cristãos e muçulmanos na Síria e no Iraque
Em sua mensagem de Natal, o papa Francisco pediu nesta quinta-feira (25) o fim da perseguição brutal a grupos étnicos e religiosos no Iraque e na Síria, onde cristãos e minorias muçulmanas vêm sofrendo massacres.
O pontífice também condenou a violência e o tráfico de crianças.
Ele pronunciou a mensagem "Urbi et Orbi" (à cidade e ao mundo) na Basílica de São Pedro, no Vaticano, diante de uma multidão de fiéis, em um clima nublado, mas agradável.
Francisco condenou a "perseguição brutal" sofrida por "nossos irmãos e irmãs cristãos do Iraque e da Síria", ao lado de "outros grupos étnicos e religiosos".
O papa argentino, que desta vez não fez referência à América Latina, lamentou que na Nigéria "muitas pessoas são retidas como reféns ou massacradas".
Também condenou que "tantas crianças [sejam] vítimas da violência, objeto de tráfico ilícito e de tráfico de pessoas", em referência ao recente massacre em uma escola do Paquistão.
Francisco falou ainda sobre as crianças "mortas antes de ver a luz", em uma condenação explícita do aborto.
Ao falar sobre a Ucrânia, o papa apelou para que se vença o ódio e a violência, com "um novo caminho de fraternidade e reconciliação".
Por fim, o pontífice expressou sua solidariedade com as vítimas da epidemia de ebola, "especialmente na Libéria, Serra Leoa e Guiné".
"Agradeço de coração aos que estão se esforçando com valentia para ajudar os enfermos e suas famílias."
MISSA
Na véspera, ele rezou a Missa do Galo, durante a qual pediu aos católicos que respondam com "ternura" e "doçura" às situações mais duras do mundo.
"Temos a coragem de acolher com ternura as situações difíceis e os problemas de quem está ao nosso lado, ou preferimos soluções impessoais, talvez eficazes, mas sem o calor do Evangelho?", questionou o papa durante a homilia.
"Quanta necessidade de ternura o mundo tem hoje!", conclamou ele, diante dos cerca de 5.000 peregrinos que assistiam à cerimônia.
O papa também explicou o significado do nascimento de Jesus para os cristãos: "uma luz que irrompe e dissipa a mais densa escuridão".