Indonésia encontra destroços da cauda do avião da AirAsia no mar
Cresce esperança de localizar caixas-pretas para elucidar causa do acidente, dizem autoridades
Equipes demoraram a submergir devido à força das correntes no mar de Java; 40 corpos já foram resgatados
As equipes de resgate da Indonésia encontraram nesta quarta (7) os destroços da cauda do avião da AirAsia no fundo do mar de Java, onde a aeronave caiu no último dia 28 com 162 pessoas a bordo, informaram fontes oficiais.
O porta-voz da Agência Nacional de Busca e Resgate indonésia, Bambang Soelistyo, confirmou que os mergulhadores identificaram a cauda do Airbus 320-200 do voo QZ8501, o que aumenta as esperanças de que as caixas-pretas sejam encontradas, segundo a imprensa local.
Os mergulhadores demoraram dias para poder submergir devido à força das correntes marítimas. As equipes estão tentando confirmar se outros sete destroços avistados no leito marinho pertencem ao avião da AirAsia.
"Soube que uma parte da cauda foi encontrada. Se for a seção correta, as caixas-pretas devem estar lá", disse o fundador e executivo-chefe da companhia, Tony Fernandes, através do Twitter.
"Necessitamos encontrar todas as partes em breve, para achar todos os passageiros e assim aliviar nossas famílias. Essa ainda é nossa prioridade", declarou Fernandes.
Até esta quarta, as autoridades recuperaram 40 corpos em uma operação de busca que inclui dezenas de navios e aviões de Indonésia, EUA, Rússia, China, Malásia e Cingapura, entre outros.
O voo QZ8501 decolou de Surabaia (Indonésia)às 5h20 locais do dia 28 de dezembro e deveria chegar a Cingapura duas horas depois, mas caiu no mar de Java após 40 minutos de voo. O avião transportava 162 passageiros, em sua maioria indonésios.
No dia da queda, havia formações de cúmulos-nimbos, nuvens em forma de espiral com ar quente e úmido que geram fortes chuvas e raios.
O piloto chamou a torre de controle na Indonésia quando sobrevoava o mar de Java pelo sul de Bornéu. Ele solicitou permissão para virar à esquerda e subir de 32 mil pés de altitude até 38 mil, para fugir de uma tempestade.
A permissão foi negada, já que havia outra aeronave nas coordenadas pedidas pelo piloto. Entretanto, instantes depois, a torre autorizou que o voo subisse para 34 mil pés, mas não conseguiu mais contato com a aeronave.
MANOBRA
Segundo uma fonte próxima às investigações, dados do radar da aeronave aparentemente mostram que o avião fez uma subida brusca para evitar as tempestades que assolavam a região e ficou num ângulo "inacreditavelmente" inclinado antes da queda.
A fonte, que falou sob anonimato, diz que a manobra pode ter superado os limites do Airbus 320. "Os números mostrados pelo radar são inacreditavelmente altos. Foi uma subida muito brusca. Parece estar além dos limites de performance da aeronave".
Fóruns de discussão on-line entre pilotos de avião vêm debatendo supostos dados de um segundo radar, que sugeriria que a aeronave estaria voando 100 nós abaixo do recomendado e, por isso, pode ter entrado em estol --situação de perda de sustentação aerodinâmica.