Opinião
'Acadêmicos' mais uma vez atribuem ao colonialismo europeu caso de barbárie
É impressionante. Basta acontecer um episódio como o da França, caso típico e claro de barbárie religiosa medieval, e surgem "acadêmicos", em geral de esquerda, dizendo que tudo no fundo é resultado do colonialismo europeu no passado, do "imperialismo" do século 19, das intervenções ocidentais recentes em países amantes da paz como Líbia, Síria, Somália, o Iraque de Saddam Hussein ou o Afeganistão do Taleban.
E muitos dos "acadêmicos" dando declarações são, infelizmente, brasileiros (o que claramente revela a decadência da universidade no país na área de humanidades). Eles não pensam? A ideologia turvou o pouco cérebro que ainda resta? Nenhum repórter consegue achar um professor universitário sensato?
Fanáticos assim, como os islamitas assassinos, estão em toda parte. Curiosamente, a palavra "assassino" deriva de uma seita de fanáticos muçulmanos do século 11.
Quando aconteceu a grande voga de independência dos países de África, Ásia e Oceania dos seus opressores europeus? Final dos anos 50, primeira metade dos anos 60. Desde então os novos países passaram a se governar, em geral muito mal, sozinhos.
Convém lembrar o óbvio: em 2015, 1965 já é história antiga. As besteiras dos governantes desses países hoje não podem mais ser atribuídas aos europeus "colonialistas".
Aliás, os jovens países até deveriam agradecer aos "opressores" por coisas que nunca tinham visto --portos, ferrovias, rodovias, edifícios, escolas, hospitais, luz elétrica, vacinas, antibióticos etc.
Ou mesmo "mesa" ou "sapato", duas palavras que ainda hoje querem dizer a mesma coisa na língua lingala, do Congo. Pois foram os portugueses os primeiros a mostrarem aos africanos esses objetos. Mesas e sapatos não chegam a ser revolucionários. Mas são simbólicos.
Sem a menor dúvida, tudo isso foi criado para conforto dos colonizadores. Mas foi deixado intacto depois das independências para os colonizados, alguns dos quais alegremente começaram a destruir o legado em guerras civis, étnicas, ideológicas.
Quem se lembra do ditador Idi Amin Dada, de Uganda, que governou de 1971 a 1979? Destruiu seu país do leste africano, causou a morte de cerca de 400 mil ugandenses --mas sua conversão ao islamismo garantiu um exílio dourado na Arábia Saudita.
Idi Amin foi apoiado sem sucesso quando estava prestes a ser derrubado pelo líbio Muammar Gaddafi, outro exótico líder africano muçulmano, morto também depois de revolta popular, em 2011.
A então chamada "Primavera Árabe" em vários países só deu flores democráticas em um: a Tunísia. O resto continua na incerteza entre virar ditadura militar ou religiosa.
E Paris, infelizmente, deixou isso claro agora.