Maduro critica apoio de políticos de outros países a líder opositor
Ex-presidentes de México, Chile e Colômbia devem ir a prisão onde está Leopoldo López
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, criticou nesta sexta-feira três ex-presidentes latino-americanos que visitarão o país em apoio à oposição e planejam fazer uma visita ao presídio onde se encontra o líder direitista Leopoldo López.
O mexicano Felipe Calderon (2006-2012), o chileno Sebastian Piñera (2010-2014) e o colombiano Andrés Pastrana (1998-2002) tentarão no domingo falar com López, acusado de incitar protestos antigoverno que deixaram 43 mortos em 2014.
"Quero dizer a Calderón, Piñera e Pastrana [...]: vocês serão responsáveis por um banho de sangue se a extrema-direita que [apoiam] for ativada", disse Maduro.
Ele os acusou de serem "presidentes vagos que não têm o que fazer e agora recebem dinheiro sujo para apoiar um golpe de Estado."
A fala ocorreu durante a comemoração do aniversário da queda, em 23 de janeiro de 1958, da ditadura no país.
O governo usou a comemoração para mobilizar multidão de simpatizantes em Caracas em apoio às medidas econômicas que Maduro anunciou em discurso ao Parlamento, na terça-feira.
O presidente disse que o controle de cambio será abrandado e que o preço da gasolina irá aumentar.
Segundo economistas, as medidas são insuficientes para atenuar a grave crise econômica que inclui escassez de produtos, longas filas no comércio e inflação de 64%.
Críticos dizem que Maduro evita cortar gastos sociais para não prejudicar o governo a menos de um ano das eleições parlamentares.
"Dizia-se que o presidente iria anunciar um pacote de austeridade. Felizmente, ele não fez nada disso", disse um militante governista durante os festejos do 23 de Janeiro.