Pelo menos 15 morrem em confrontos no Egito
Embate entre manifestantes e polícia ocorreu no aniversário da revolta de 2011
Pelo menos 15 pessoas morreram e 30 ficaram feridas neste domingo (25) no Egito em confrontos entre manifestantes e a polícia, no dia em que o país comemora o quarto aniversário da revolta de 2011 que tirou o ditador Hosni Mubarak do poder.
Para marcar a data, partidários do ex-presidente islamita Mohamed Mursi convocaram protestos contra o atual presidente e ex-chefe do Exército, Abdel Fattah al-Sisi.
A maior parte das mortes ocorreu em Matariyah, distrito no leste da capital, o Cairo, onde a polícia usou gás lacrimogêneo e tiros com esferas de chumbo para dispersar simpatizantes da Irmandade Muçulmana, grupo de Mursi.
A praça Tahrir, epicentro da revolta de 2011 na capital, foi monitorada por forte esquema de segurança. Algumas dezenas de apoiadores de Sisi se reuniram perto do local, levando bandeiras do país e gritando "viva o Egito".
Policiais com submetralhadoras vigiavam as principais avenidas do centro do Cairo.
"É o funeral da revolução", lamentou Mamdouh Hamza, figura importante do movimento de 2011 que estava perto do ato. "A situação não melhorou, e nada mudou desde que Sisi assumiu o poder."
Eleito em maio com mais de 90% dos votos após ter destituído Mursi em julho de 2013, Sisi tem apoio de grande parte da opinião pública, abalada por quatro anos de instabilidade política e crise.
O presidente, porém, é acusado por opositores de ter instaurado regime ainda mais autoritário que o de Mubarak.