EUA pregam cautela para política externa
Diretrizes do governo Obama até 2016 falam em resistir a 'decisões baseadas no medo'
Os Estados Unidos defenderam uma postura cautelosa ao anunciar, nesta sexta (6), sua estratégia de segurança nacional e política externa para 2015 e 2016 --os dois últimos anos de Barack Obama na Presidência.
O plano, de 29 páginas, não prevê nenhuma grande mudança de postura frente ao conflito entre Rússia e Ucrânia ou nas ações de combate à facção terrorista Estado Islâmico.
Em vez de campanhas militares convencionais contra extremistas, o documento defende operações pontuais.
"Temos que fazer escolhas difíceis entre diferentes prioridades. Temos que resistir aos exageros provenientes de decisões baseadas no medo", escreveu Obama na introdução do documento.
Segundo o presidente, os EUA não podem nem deveriam tentar ditar a trajetória de todos os eventos do mundo. "Nossos recursos e nossa influência não são infinitos. Muitos dos problemas não têm solução rápida e fácil. Uma boa estratégia de segurança nacional não se baseia somente no poder militar."
"A longo prazo, parcerias internacionais para contrabalançar a ideologia e as raízes do extremismo serão mais importantes que a capacidade de remover terroristas do campo de batalha", afirmou.
Entre as prioridades do plano, estão o fortalecimento da cibersegurança, o combate à mudança climática e a promoção dos direitos gays.
O documento atualizou a estratégia lançada em 2010, quando Obama estava há apenas 15 meses no cargo.
Segundo analistas, o governo busca evitar ações que possam ter consequências imprevisíveis e perigosas.
BRASIL
Na única citação feita ao Brasil, os EUA afirmam que estão dispostos a fortalecer os laços econômicos com o país, ajudando-o "a reduzir à pobreza e a melhorar a qualidade dos serviços públicos".
Sobre Cuba, o documento diz que a retomada das relações abre "enormes oportunidades" para consolidar a busca pela paz e pela democracia, e que os EUA estão comprometidos com a autodeterminação cubana.