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Papa vira alvo de críticas após defender palmada em criança
O papa Francisco foi alvo de uma enxurrada de críticas, principalmente na Alemanha e no Reino Unido, após defender que um pai pode bater em seu filho para puni-lo.
"Um bom pai sabe esperar e perdoar, mas também corrigir com firmeza. Não é nem fraco, nem permissivo, nem sentimental", disse o papa na quarta (4), durante uma audiência no Vaticano sobre o papel do pai na família.
Depois, acrescentou: "uma vez, ouvi um pai dizer: 'às vezes dou umas palmadas em meus filhos, mas nunca no rosto, para não humilhar'. Isso é bonito, tem um senso de dignidade. Ele deve punir, e de maneira justa".
Passada quase despercebida na Itália, a declaração foi muito criticada em outros países. "Não há nenhum tipo de tapa digno contra filhos. Temos de ser claros. Toda violência contra as crianças é inaceitável", disse a ministra alemã da Família, Manuela Schwesig, ao jornal "Die Welt".
A associação Ajuda Alemã à Infância pediu ao pontífice argentino que corrigisse o erro o quanto antes: "Este papa é particularmente humano, mas todo homem pode errar. Afirmar que é normal bater (em uma criança) se isso for feito com dignidade, é algo totalmente equivocado".
Peter Saunders, fundador de uma associação britânica antipedofilia e membro da nova comissão do Vaticano para a proteção da criança, declarou ao "Daily Telegraph" que a colocação foi "muito indesejável". "Estou surpreso, mesmo que às vezes ele cometa gafes."
O papa Francisco tem uma visão bastante tradicional da família e da educação, que combina suavidade e firmeza. Ele ataca regulamente os pais ditadores, mas também aqueles que se comportam como amigos de seus filhos.