Ausentes de negociação, EUA celebram pacto, mas pedem 'ações'
"Os EUA estão preparados para considerar a redução das sanções contra a Rússia quando os acordos (...) forem totalmente implementados. (...) Vamos julgar o compromisso da Rússia e dos separatistas por suas ações, não palavrasjohn kerrysecretário de Estado dos EUA
Ausentes das negociações do acordo de cessar-fogo selado entre o governo da Ucrânia e separatistas pró-Rússia, os Estados Unidos celebraram o pacto nesta quinta (12).
Autoridades norte-americanas ressaltaram, no entanto, que "as ações, e não as palavras" serão observadas para que se julgue o abrandamento das sanções contra o governo de Moscou.
"Os EUA estão preparados para considerar a redução das sanções contra a Rússia quando os acordos de Minsk de setembro de 2014, e agora este, forem totalmente implementados", afirmou o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, em nota.
"Isso inclui um cessar-fogo completo, a retirada de todas as tropas estrangeiras e do armamento da Ucrânia, a devolução do controle da fronteira aos ucranianos e a soltura de todos os reféns."
"Vamos julgar o compromisso da Rússia e dos separatistas por suas ações, não suas palavras", disse Kerry.
A ausência de qualquer representante dos EUA nas negociações desta semana sinaliza a discordância entre o governo norte-americano e seus aliados europeus sobre como tratar o assunto.
A administração de Barack Obama planejava enviar armas para ajudar o Exército ucraniano a combater as forças separatistas.
A estratégia, à qual França e Alemanha se opõem, está em suspenso por conta das negociações diplomáticas na região. Mas Obama afirmou nesta segunda (9), em entrevista ao lado da chanceler alemã, Angela Merkel, que ainda não havia tomado a decisão final sobre o tema.
Nesta quinta, a porta-voz do Departamento de Estado, Jen Psaki, afirmou que os EUA não descartam a implementação de novas sanções contra a Rússia caso os acordos não sejam respeitados.
Estados Unidos e Europa tentaram reafirmar ao longo da semana que permanecem unidos na busca de uma solução para o conflito e, mesmo com a ausência nas negociações em Minsk, as autoridades norte-americanas têm participado das conversas sobre a crise ucraniana.
Kerry esteve na capital ucraniana, Kiev, nos últimos dias e, na terça-feira, Obama telefonou para o presidente russo, Vladimir Putin, para discutir o tema.
Na ocasião, pediu que Putin "aproveitasse a oportunidade" apresentada pelo encontro na capital de Belarus.