Promotor francês pede a absolvição de ex-diretor do FMI
Strauss-Kahn é acusado de exploração da prostituição; veredicto ainda deve demorar
Um promotor francês pediu nesta terça (17) a absolvição do ex-diretor-gerente do FMI Dominique Strauss-Kahn, 65, acusado de proxenetismo (exploração de prostituição).
"Dominique Strauss-Kahn pagava por sexo com prostitutas? A resposta é não. Ele atuou como cafetão das prostitutas? A resposta é não", disse ao tribunal Frederic Fevre, promotor de Lille, ao pedir a absolvição do ex-chefe do FMI.
O julgamento deverá terminar nesta semana, mas não se espera a divulgação de um veredicto imediato.
Investigadores, que originalmente levaram o caso a julgamento apesar das objeções do promotor, argumentaram que Strauss-Kahn organizou festas envolvendo prostitutas entre 2008 e 2011, em Lille, Bruxelas, Paris e Washington.
De acordo com a lei francesa, esses investigadores podem ignorar as recomendações de um promotor.
A acusação era de que Strauss-Kahn era um dos principais organizadores das festas.
Mas, durante as três semanas de julgamento em Lille, em que prostitutas testemunharam com detalhes sobre o comportamento sexual do ex-diretor, ele afirmou repetidamente não saber que as mulheres eram prostitutas e disse não ter organizado as festas.
"Todo mundo pode viver sua sexualidade da maneira que quiser", disse Fevre. "Nem o promotor, nem o juiz podem se arrogar o papel de guardiões da ordem moral."
Outros 13 réus estão sob julgamento, mas Strauss- Kahn afirma que eram apenas adeptos de troca de casais, como ele. "Era um grupo de amigos simplesmente satisfazendo seus egos, ambições e desejos sexuais", disse o promotor.
Na segunda (16), advogados de quatro prostitutas que participaram das festas afirmaram que elas estavam abrindo mão de um pedido de indenização.
Se condenado, Strauss-Kahn poderia pegar uma pena de, no máximo, dez anos de prisão, com uma multa de até US$ 1,7 milhão.
O caso não tem relação direta com a acusação mais famosa contra o ex-diretor do FMI, de que teria agredido sexualmente uma camareira num hotel de Nova York em 2011. O caso sepultou as chances de Strauss-Kahn de ser candidato à Presidência da França.