Britânicos são flagrados negociando no Parlamento
Dois políticos ofereciam influência por dinheiro
Um escândalo bate à porta do Parlamento britânico a menos de três meses das eleições locais: dois de seus mais veteranos e influentes membros foram flagrados oferecendo facilidades políticas em troca de dinheiro.
A denúncia, divulgada pelo "The Telegraph" e pelo Channel 4, atinge os principais partidos britânicos, o Conservador e o Trabalhista.
Repórteres se passaram por executivos de uma empresa chinesa supostamente à procura de negócios com políticos britânicos. Procuraram Malcolm Rifkind (conservador) e Jack Straw (trabalhista), dois ex-chanceleres e hoje membros do Parlamento.
Straw revela ter recebido 60 mil libras por ano (R$ 240 mil) de uma empresa para usar sua influência na discussão de lei relacionada à União Europeia. "Se estou fazendo um discurso ou algo, isso é 5.000 libras por dia, é o que eu cobro."
Já Malcolm Rifkind disse, segundo o material divulgado, ter fácil acesso a qualquer embaixador britânico no mundo. "Eu trabalho por conta própria. Ninguém paga meu salário, eu tenho que ganhar meu rendimento", afirmou na gravação. Segundo ele, seu serviço por meio dia de trabalho custa, em média, entre 5.000 e 8.000 libras.
A gravação causou uma crise na política britânica em plena campanha para a eleição de 7 de maio, que terá uma disputa acirrada entre o atual premiê, David Cameron (conservador), e o líder de oposição, o trabalhista Ed Miliband.
Rifkind e Straw foram suspensos das atividades partidárias e devem sofrer uma investigação dentro do Parlamento por quebra de códigos de ética. A lei permite um segundo emprego, desde que não tenha vínculos com a atividade parlamentar.