Boko Haram mata 24 na Nigéria dias após eleição
Ataque ocorreu em área dominada por milícia
Ao menos 24 pessoas foram mortas pela facção terrorista Boko Haram em Kwajafa, no Estado de Borno, nordeste da Nigéria, segundo testemunhas. O número não foi confirmado por autoridades.
No país, é comum haver forte discrepância entre dados divulgados pelo governo e por testemunhas.
A verificação independente é quase impossível na região em que ocorreu o atentado, onde jihadistas destruíram há meses antenas de telecomunicações.
Os terroristas teriam fingido ser fiéis religiosos para confundir a população. Eles chamaram as pessoas de suas casas sob o pretexto de rezar e então atiraram contra elas.
Algumas casas também foram incendiadas pela milícia.
O ataque ocorreu no domingo (5), data que coincidiu com a celebração do Domingo de Ramos, cerimônia cristã.
MUDANÇA ELEITORAL
Em 29 de março, a Nigéria elegeu o ex-general e ex-ditador Muhammadu Buhari, 72, à Presidência do país. Ele venceu o atual ocupante da cadeira, Goodluck Jonathan.
Foi a primeira vez, desde a independência, em 1960, que o partido governista foi derrotado nas urnas. Nas outras ocasiões, os adversários derrubaram os governos em golpes militares, assim como o feito por Buhari em 1983 contra Shehu Shagari, que havia sido eleito quatro anos antes.
A força do Boko Haram aumentou na Nigéria nos quatro anos de governo Jonathan. Desde janeiro de 2014, mais de 7.300 pessoas foram mortas pelos extremistas.
Borno é, junto aos Estados vizinhos de Yobe e Adamawa, o epicentro da atividade da facção islâmica.
O Boko Haram tem por objetivo fundar um Estado islâmico na Nigéria, país de maioria muçulmana no norte e predominantemente cristão no sul. A milícia controla várias localidades do nordeste do país.
Em março, o Boko Haram jurou lealdade ao Estado Islâmico, facção terrorista que atua principalmente no Iraque e na Síria.