Paquistão solta suspeito de atentado na Índia
Decisão pode gerar nova crise diplomática
A Justiça do Paquistão libertou nesta sexta-feira (10) sob fiança Zaki ur-Rehman Lakhvi, suspeito de ser o mentor do atentado ao centro financeiro de Mumbai, na Índia, que deixou 166 pessoas mortas em 2008.
A soltura pode gerar uma nova crise diplomática entre os vizinhos indianos e paquistaneses, meses após os países enfrentarem uma onda de violência na região disputada da Caxemira.
As autoridades paquistanesas informaram que Lakhvi foi levado a um local secreto por questão de segurança.
A soltura foi autorizada depois que a Suprema Corte de Lahore emitiu um habeas corpus para o suspeito.
Segundo o advogado de Lakhvi, não há provas suficientes para mantê-lo detido durante o julgamento do caso --ele e mais seis pessoas respondem pelo ataque. Desde 2009, Lakhvi foi detido e solto diversas vezes.
Diante da libertação, o Ministério de Relações Exteriores indiano disse que a decisão fere o acordo entre os dois países para impedir o trânsito de terroristas.
O Departamento de Estado dos EUA se pronunciou dizendo estar "muito preocupado" com a decisão.
ATAQUE
Na tarde de 26 de novembro de 2008, dez homens fortemente armados atacaram dois hotéis de luxo, um restaurante, um centro cultural judaico e a principal estação ferroviária de Mumbai.
Durante 60 horas, acompanhadas pela imprensa de todo o mundo, o país ficou refém dos terroristas.
Logo após os atentados, o governo indiano acusou a facção islâmica paquistanesa Lashkar-e-Taiba (exército dos devotos) de ser a autora do atentado. Lakhvi era comandante operacional do grupo na época.
A milícia luta contra o domínio indiano na Caxemira. A região, de maioria muçulmana, é disputada pela Índia e pelo Paquistão desde a independência de ambos os países, em 1947.