Al Qaeda no Iêmen anuncia morte de seu maior mentor
Clérigo Ibrahim al-Rubaish teria sido morto em ataque de drone dos EUA
Resolução do Conselho de Segurança da ONU determina proibição da venda de armas a rebeldes xiitas no país
A Al Qaeda na Península Arábica (AQPA) anunciou nesta terça (14) que um de seus maiores ideólogos, o clérigo Ibrahim al-Rubaish, foi morto na segunda (13) em um ataque de drone lançado supostamente pelos EUA.
Rubaish, que em janeiro acusou a França de superar os EUA como o maior inimigo do islã, foi morto com outros insurgentes em "uma operação dos cruzados", informou a nota da milícia. O texto se referia aparentemente ao ataque que matou seis pessoas no Iêmen.
Os EUA, que consideram a AQPA o braço mais perigoso da facção sunita, são o único país que usa drone no Iêmen. Rubaish, um saudita da província ultraconservadora de Casim, "dedicou duas décadas de sua vida à jihad, combatendo os EUA e seus agentes", informou a AQPA.
O clérigo lutou no Afeganistão e esteve detido na prisão militar americana de Guantánamo, em Cuba, por muitos anos. Após ser solto, ele se uniu à AQPA.
ONU CONTRA HOUTHIS
Nesta terça, o Conselho de Segurança (CS) da ONU adotou uma resolução que ordena aos milicianos xiitas houthis que se retirem das zonas conquistadas no Iêmen e determina um embargo sobre a venda de armas ao grupo. A resolução foi aprovada por 14 dos 15 membros do conselho -a Rússia se absteve de votar.
Desde o final de 2014, os houthis tomaram várias regiões do país, incluindo a capital, Sanaa, invadida em janeiro deste ano.
Com a invasão da capital, o presidente, Abd Rabbo Mansour Hadi, fugiu para Áden. Em março, com a chegada da milícia a Áden, Hadi foi para a Arábia Saudita.
O Iêmen é cenário há 20 dias de ataques aéreos de uma coalizão liderada pela Arábia Saudita contra os rebeldes houthis e seus aliados, militares fiéis ao ex-ditador Ali Abdullah Saleh.
Nesta terça, combatentes tribais assumiram o controle do único terminal de gás do país, situado em Belhaf, no golfo de Áden, depois que a unidade do Exército que protegia o local se rendeu.
Também nesta terça, o CS da ONU decidiu congelar os bens do líder dos houthis, Abdel Malek al-Houthi, e de Ahmed Ali Abdullah Saleh, filho do ex-ditador.
Analistas da ONU lembram, entretanto, que o Iêmen possui mais de 40 milhões de armas e que os houthis não viajam regularmente nem têm contas em bancos estrangeiros.