Ataque de facção mata ao menos 35 no Afeganistão
Estado Islâmico reivindica autoria de atentado suicida, que seria a 1ª grande ação terrorista da milícia no país
Homem com colete de explosivos em moto surpreende pessoas na porta de um banco em Jalalabad, leste afegão
Um atentado suicida neste sábado (18) perto da entrada de um banco estatal na cidade de Jalalabad, no leste do Afeganistão, matou ao menos 35 pessoas e deixou outras 125 feridas.
O Estado Islâmico teria assumido o ataque. Se confirmada a autoria, seria a primeira grande ação terrorista que a milícia radical comete no Afeganistão.
O atentado ocorreu no início da manhã, quando dezenas de pessoas estavam na entrada do Banco de Cabul, na capital da província de Nangarhar, para receber seus salários. Eles foram surpreendidos por um homem em uma moto vestindo um colete cheio de explosivos.
Imagens do ataque divulgadas pela imprensa mostram dezenas de pessoas no chão, muitas delas ensanguentadas e com graves queimaduras.
É a primeira vez que o Estado islâmico ataca em um local tão distante do Oriente Médio e Norte da África, áreas em que normalmente opera.
"Quem assumiu o atentado de hoje em Nangarhar? Os talebans não fizeram isso. O Daesh [acrônimo em árabe do EI] o assumiu", disse o presidente afegão, Ashraf Ghani, em discurso transmitido pela televisão.
Horas antes, o EI tinha reivindicado o atentado em uma mensagem enviada para a agência local "Pajwak" por Shahidula Shahid.
Shahid é ex-porta-voz do principal grupo taleban paquistanês, o TTP, do qual foi expulso no fim de 2014 por expressar seu apoio ao EI, e agora ocuparia o posto de representante do grupo jihadista. Não há confirmação, porém, de que ele fala pelo EI.
Ghani afirmou que esse tipo de ação, somada a outras reivindicadas pelo EI no Afeganistão durante os últimos meses, como "decapitações e sequestros", são "sinais de um novo tipo de guerra" no país e uma "grave ameaça". "A luta contra essa guerra é nossa obrigação coletiva."
Um porta-voz taleban, Zabihullah Mujahid, condenou o ataque pelo Twitter. "Condenamos e negamos nossa participação nos ataques."