PF investiga relação de advogado de Brasília com "terrorismo"
Policiais fazem apreensão de documentos no apartamento dele, mas não dão detalhes
A Polícia Federal apreendeu nesta sexta documentos, pen drives e computadores no apartamento do advogado Marcelo Bulhões dos Santos, em Brasília, em investigação da PF sobre terrorismo, segundo a Folha apurou.
A PF não tem elementos que o liguem a ato terrorista e informou apenas que o inquérito está sob sigilo e que "cumpriu mandado de busca e apreensão em investigação que apura falsificação de documentos".
Na busca, policiais federais do grupo antibomba com cães farejadores estiveram no apartamento, em um prédio de bairro nobre de Brasília.
No fim da tarde, Santos prestou esclarecimentos na Superintendência da PF em Brasília, onde permaneceu por cerca de quatro horas.
O advogado dele, Ariel Foina, nega que a ação tenha qualquer relação com terrorismo. Argumenta que o inquérito a que teve acesso trata exclusivamente de falsificação de documentos.
"Inquérito está na minha mão. Fizeram uma ilação, não tem nada a ver com terrorismo, nem citação", disse.
Em redes sociais na internet, o advogado se autointitula Marcelo "Salahuddin". Em seu currículo Lattes, informa que atua na área de direito islâmico. Foi servidor administrativo da PF de 2004 a 2011, quando pediu exoneração. Como funcionário da PF, Santos atuou na Interpol (polícia internacional).
Depois, ocupou funções na Casa Civil e nas Secretaria de Portos e de Igualdade Racial.
Em setembro de 2013 ele enviou uma carta à senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), na qual diz que "há fortes indícios de que vários brasileiros de origem árabe ou confissão islâmica tenham sido objeto de investigação por parte de órgãos de inteligência nacionais e estrangeiros".
Num vídeo que publicou em redes sociais, ele mencionou "mártires" do islamismo. (GABRIEL MASCARENHAS E RUBENS VALENTE)