Estados tentam frear procedimento nos EUA
Nos Estados Unidos, o aborto é legal desde 1973, quando uma decisão da Suprema Corte norte-americana decidiu, no caso conhecido como Roe x Wade, que o Estado não pode negar à mulher o direito de optar pela interrupção de sua gravidez.
Embora a sentença não permita que aprovem leis para proibir o aborto, Estados cujo Legislativo é dominado pelo Partido Republicano (hoje, 24 dos 50 do país) têm aprovado, nos últimos anos, diversas leis para dificultar o acesso ao procedimento.
De acordo com o Guttmacher Institute, que monitora a legislação sobre aborto no país, 53 restrições foram aprovadas pela Câmara ou Senado de Estados americanos até o início de abril deste ano.
E as leis restritivas também estão sendo discutidas em nível nacional. Na quarta-feira (13), a Câmara dos Deputados aprovou um projeto de lei que proíbe a realização da prática após a 20ª semana de gravidez (quinto mês).
A expectativa é que a lei não seja aprovada pelo Senado. Pesquisa do jornal "The Washington Post" feita em 2013 mostra, porém, que a população concorda com ela.
De acordo com os dados, 56% dos americanos prefeririam que o procedimento fosse permitido até as primeiras 20 semanas, e não até por volta de 24, como determinado pela decisão do Supremo.
"A sentença de 1973 prejudica a capacidade de fazer as leis americanas refletirem a opinião da população", diz Charles Camosy, professor da universidade católica de Fordham, em Nova York.
"O que está acontecendo é que os Estados --não só os conservadores como também os moderados-- estão tentando refletir o que as pessoas pensam. E acho que eles estão certos", afirma.