Em São Paulo, símbolo é usado como enfeite para motociclistas e roqueiros
A bandeira dos Estados Confederados da América, boicotada nos EUA por ser considerada racista por sua ligação passada com a defesa da escravidão, aparece em acessórios para motociclistas e roqueiros em lojas no centro de São Paulo.
Na alameda Barão de Limeira, que concentra lojas de artigos para motocicletas, o símbolo aparece pintado na fachada de uma loja e estendido em uma prateleira de um stand de acessórios.
A bandeira para amarrar na moto pode ser comprada em outras duas lojas da região. Segundo os vendedores, são poucos os motociclistas que as compram se comparadas às bandeiras de São Paulo e do Brasil. Os funcionários das lojas disseram não saber o significado da bandeira.
Na Galeria do Rock, lojas exibem cintos, camisetas e bandanas com o símbolo do sul americano. Ela aparece ao lado de flâmulas de EUA, Reino Unido e Jamaica, mais comuns nas ruas paulistanas.
Todas as lojas de moto visitadas em São Paulo que apresentavam o símbolo dos Estados Confederados da América eram do estilo custom, cujos modelos mais populares são da americana Harley-Davidson.
As motos da fabricante são as favoritas das gangues de motociclistas dos EUA, que usam a bandeira em seus escudos, não necessariamente com caráter supremacista. Algumas delas chegam a disputar entre si o símbolo.
O direito de usar a bandeira confederada foi um dos motivos da briga entre as gangues Bandidos e Cossacks em Waco, no Texas, que terminou com nove mortos e 160 presos em maio.
A flâmula ainda é associada ao country, popular no sul americano, e ao rock vindo dos antigos Estados confederados. Bandas como Lynyrd Skynyrd e Allman Brothers já a usaram em shows e clipes, não fugindo da polêmica.