Após atraso, governo paga carros usados em visita de Dilma aos EUA
Veículos foram alugados para preparativos da viagem oficial; conta foi de US$ 100 mil
O governo brasileiro pagou nesta terça-feira (18) os cerca de US$ 100 mil –R$350 mil, pelo câmbio do dia– que devia ao proprietário de uma empresa de limusine em San Francisco, Califórnia, pelo aluguel de carros durante viagem da presidente Dilma Rousseff aos Estados Unidos, em junho e julho.
O brasileiro Eduardo Marciano, dono da NS Highfly Limousine, disse que recebeu o pagamento depois de a dívida ser noticiada pela imprensa na segunda-feira (17).
O caso foi revelado em um site de blogueiros veiculado pela rede CNN.
Marciano ameaçava entrar na Justiça americana contra o governo caso não recebesse o valor. Natural de São Paulo, ele mora em San Bruno, próximo a San Francisco, há dez anos.
O Itamaraty informou que os recursos tinham sido liberados recentemente e que o pagamento deveria ser depositado em breve.
Segundo o empresário, a comitiva contratou 25 motoristas para 25 automóveis, de diferentes modelos.
Diante da demora no pagamento, Marciano relatou ter usado US$ 40 mil de recursos próprios para custear parte das diárias dos profissionais e de vans que ele sublocou.
"Estou aliviado", contou o empresário depois de receber o pagamento.
Os veículos foram usados entre 16 de junho e 2 de julho, para os preparativos da visita de Dilma à Califórnia, ocorrida no dia 1º de julho.
Antes, a presidente se reunira com o colega americano, Barack Obama, em Washignton, e participara de encontros com investidores e empresários estrangeiros, em Nova York, para incentivar negócios no Brasil.
CORTES
O Ministério das Relações Exteriores enfrenta uma crise decorrente do corte de R$ 40,7 milhões no orçamento da pasta em 2015 imposto pelo governo federal por causa dos ajustes fiscais.
Nos últimos meses, diversos serviços foram afetados. O plano de enxugamento inclui a extinção de postos, a retirada de benefícios de cônsules e outros funcionários no exterior e a renegociação de aluguéis de imóveis.
Servidores reclamam de más condições de trabalho e chegaram a entrar em greve em maio.