Ilustrada em cima da hora
Em SP, Camille Paglia critica o 'feminismo Taylor Swift'
Ensaísta americana participou nesta quarta do ciclo de palestras Fronteiras do Pensamento
Durante debate na noite desta quarta (16), em São Paulo, a ensaísta americana Camille Paglia disse que o feminismo atual produz mulheres como a cantora Taylor Swift, que "falam leve demais e não sabem o que querem".
Conhecida por suas posições controversas sobre o tema, Paglia participou do ciclo de conferências Fronteiras do Pensamento, no Teatro Cetip, em Pinheiros.
"As mulheres jovens de hoje em dia saem das faculdades de elite com uma persona branca, de classe média, algo como a Taylor Swift", comparou Paglia, arrancando risos da plateia.
Ela disse ver semelhanças entre a chanceler alemã, Angela Merkel, e a presidente Dilma Rousseff. "Dá pra ver que são mulheres que estão felizes com seus corpos, que têm opiniões, mas que também sabem aproveitar a vida", brincou, depois de alfinetar a pré-candidata democrata à Presidência dos EUA, Hillary Clinton. "Espero que a primeira mulher presidente seja alguém que conquistou isso por mérito, não por ser casada com alguém famoso."
Paglia criticou também a filosofa pós-estruturalista americana Judith Butler, que esteve no Brasil neste mês. "Qualquer um que fale de gênero sem entender nada de biologia é uma grande fraude."
A ensaísta comentou a "derrocada da sociedade ocidental". "Perdemos o senso de cultura ocidental, baseada nas tradições greco-romana e judaico-cristã, os jovens professores não estão mais interessados em ensinar isso."
No fim, falou sobre sua identificação como transgênero: "Eu buscava ser essa figura heroica masculina, me sentia presa no meu corpo".
Paglia respondeu a perguntas da plateia, da escritora Noemi Jaffe e de Fernanda Mena, repórter especial da Folha.