Painel do Leitor
A seção recebe mensagens por e-mail (leitor@uol.com.br), fax (0/xx/11/3223-1644) e correio (al. Barão de Limeira, 425, São Paulo, CEP 01202-900). A Folha se reserva o direito de publicar trechos.
-
Crise da USP
Sobre "Crise financeira já foi superada, diz reitor da USP" ("Cotidiano", 11/11), sempre provei o absurdo de falar em "falência" mostrando a existência das reservas orçamentárias. O reitor acaba de comprovar a inexistência de "falência"! Mesmo sem que a USP tenha recebido recursos novos, mesmo após ter ela gasto R$ 1,5 bilhão (ainda que em greve e parada por quatro meses), mesmo após destinar R$ 400 milhões para o PDV (plano de demissão voluntária), ele afirma a superação da "crise" com o uso das reservas orçamentárias (até então escondidas por ele), além do PDV. A "falência" passou a "crise financeira", e esta foi milagrosamente equacionada. Findas as eleições, a declaração redentora corrobora a motivação política de toda a farsa.
JOÃO GRANDINO RODAS, reitor da USP de 2010 a 2013 (São Paulo, SP)
Salários da USP
É uma vergonha que a Folha publique só cartas de funcionários da USP ou de quem defenda o salário de marajás deles. Que discussão mais idiota comparar salários de professores de universidades públicas com o do governador! Compare com seus colegas de primeiro e segundo graus.
CLÓVIS DEITOS (Campinas, SP)
-
Concordo com colegas docentes sobre a divulgação de salários. Não há "supersalários" --distorções devem ser apuradas e corrigidas. Valores acima do fictício e irreal salário do governador são em pequeno número. Basicamente são professores titulares, com longa carreira acadêmica, incluindo aposentados com 35 anos de serviço, em tempo integral e dedicação exclusiva, sem outro vínculo de trabalho e fonte de renda. E o valor é bruto.
EURIVALDO S. ALMEIDA, professor titular aposentado da Faculdade de Saúde Pública da USP (São Paulo, SP)
-
Acredito que a solução de parte dos problemas da USP passe pela terceirização do pessoal não docente. Causa estranheza que funcionários, mesmo qualificados e competentes, ganhem tanto quanto docentes com doutorado. A razão de ser da universidade é o ensino e a pesquisa.
JANE FÁTIMA PAIVA FURTADO BEDRAN DE CASTRO (Araçatuba, SP)
Petrobras
Contrastando com a repercussão internacional dos escândalos da Petrobras, que mobilizaram a imprensa e a Justiça dos EUA, é preocupante o silêncio de funcionários e acionistas. Nem os prejuízos nem os danos à imagem institucional os mobilizam?
LÉCIO MARCOS DIAS (Belo Horizonte, MG)
Consciência negra
Posso antever que os jornais estamparão várias reportagens sobre o Dia da Consciência Negra. Justo. Só lamento que outras datas, tão ou mais importantes, como o Dia da Bandeira e o Dia da Proclamação da República, passem em branco.
MARCO ANTONIO E. BALBI (Rio de Janeiro, RJ)
Ancine
Oportuna, pertinente e procedente a entrevista do presidente da Ancine, Manoel Rangel, sobre a exploração predatória do mercado de salas de cinema brasileiro por parte das distribuidoras internacionais, que não só é predatória, como abusiva e desrespeitosa ao público consumidor de cinema, que fica sem opções de escolha ("Para Ancine, Jogos Vorazes' é predatório'", "Ilustrada", 19/11). O desejável seria que nenhum título pudesse ser lançado ocupando mais do que 15 % do número de salas existentes.
LUIZ CARLOS BARRETO, produtor de cinema (Rio de Janeiro, RJ)
Homem de mercado
Absolutamente preciso o texto de Antonio Delfim Netto ("Homem de mercado'", "Opinião", 19/11). Sempre acho estranha a importância que se dá ao "mercado" durante as eleições presidenciais. Como se o candidato preferido por "ele" fosse a solução de todos os males, e o preterido fosse o fim dos tempos. Sei de vários amigos que votaram não em Aécio Neves, mas em seu homem para comandar a economia, Armínio Fraga. Acho que isso é um despropósito absurdo. A tal "é a economia, estúpido!" não é uma sentença definitiva.
ANÍSIO FRANCO CÂMARA (São Paulo, SP)
LGBTfobia
De acordo com um ranking feito pela Associação Internacional de Gays e Lésbicas, o Brasil é campeão num triste quesito: mortes causadas por LGBTfobia. De 2008 a 2011, foram registrados 325 assassinatos. Segundo dados do Grupo Gay da Bahia (GGB), um homossexual é morto a cada 28 horas no Brasil por causa de sua orientação sexual. Um importante passo para começarmos a reverter esse quadro (e nos aproximarmos da ideia de um país "civilizado") seria a aprovação da PLC 122/2013, atualmente em tramitação no Congresso, criminalizando a LGBTfobia e permitindo às pessoas LGBTs viverem de maneira digna.
RAFAEL MOREIRA DARDAQUE MUCINHATO, pesquisador do Núcleo de Pesquisa de Políticas Públicas da USP (São Paulo, SP)
Charge política
A charge publicada na coluna "Painel" desta quarta-feira (19/11) expressa uma leitura politicamente indevida e maldosa de fato que não passa de mera, infeliz e insignificante coincidência --a suposta vizinhança entre o apartamento usado pela ex-senadora Marina Silva durante a campanha presidencial e o imóvel vinculado ao doleiro Alberto Youssef. A graça que o autor da ilustração tenta expressar, com a imagem do herbanário de Alberto Youssef adentrando a residência de Marina Silva, nada mais é do que uma peça que se iguala às mentiras propagadas pelo marketing selvagem dos adversários da ex-presidenciável durante a recente disputa eleitoral. É pena que uma coluna política tão prestigiada se alinhe com condutas desrespeitosas e eticamente condenáveis.
NILSON DE OLIVEIRA, assessor de comunicação de Marina Silva (São Paulo, SP)