Painel do leitor
A seção recebe mensagens por e-mail (leitor@uol.com.br), fax (0/xx/11/3223-1644) e correio (al. Barão de Limeira, 425, São Paulo, CEP 01202-900). A Folha se reserva o direito de publicar trechos.
-
Petrolão
O escândalo é tão grande e envolve tanta gente que o risco agora é haver um grande acordo que evite a punição de todo mundo no Congresso ("Investigação atinge 6 partidos e campanha eleitoral de Dilma", "Poder", 7/3). O mais grave é que o Legislativo é comandado por dois personagens sob investigação. Se este país ainda fizesse algum sentido, se aqui houvesse uma ética razoável, Renan Calheiros e Eduardo Cunha renunciariam, pois daqui para a frente todas as decisões ficarão sob suspeita. Dilma Rousseff parece não ter a dimensão do tamanho da crise.
Christina Pinheiro (São Paulo, SP)
-
A mídia está fazendo o maior estardalhaço com a divulgação da "lista do Janot", mas falta dizer o principal: em nenhum país da América Latina se conhece outro exemplo de ação coletiva desencadeada pela Justiça contra a corrupção sistemática. O Brasil mostra que possui um centro histórico inabalável. Na República, o centro é a União, com seus três poderes. Se o Executivo e o Legislativo estão abalados, resta intacto o Judiciário. Ao Supremo e à Procuradoria-Geral devemos o desencadeamento da presente ação contra a corrupção.
Gilberto de Mello Kujawski (São Paulo, SP)
-
Bons tempos em que a Folha se preocupava, ou pelo menos fingia se preocupar, com a democracia, já que "entrou na onda'' de tentar derrubar o democraticamente eleito governo da presidenta Dilma. Lamentável.
Antonio Augusto Barella (Valinhos, SP)
-
Lamentável a "Primeira Página" (7/3). Coloca em destaque uma foto grande do único investigado do PSDB. E depois coloca, lá embaixo, num cantinho escondido, foto pequenininha do tesoureiro do partido da presidente. É, Folha, está cada vez mais difícil esconder suas preferências.
Renato Mattos (Piracicaba, SP)
-
Roberto Lourenço não entendeu bem o espírito da carta que enviei sobre o ministro Teori Zavascki (Painel do Leitor, 7/3). Nela me refiro à possibilidade da não divulgação da lista o que esconderia dos brasileiros os nomes dos envolvidos. Como a maioria deles é governista haveria assim uma proteção comprometedora dos réus.
Geraldo Siffert Junior (Rio de Janeiro, RJ)
Feminicídio
Parabenizo a Folha pelo preciso editorial "Feminicídio?" ("Opinião", 7/3). Não podemos correr o risco de estabelecer hierarquia entre vidas. O politicamente correto não cabe no direito penal. Ainda que os fins sejam nobres, as consequências serão deletérias. As vidas de homens, mulheres, negros, brancos, homo e heterossexuais devem receber o mesmo valor do ordenamento jurídico penal. Ademais, homens ainda são as principais vítimas de homicídio no Brasil, campeão mundial desse crime.
Janaina Conceicao Paschoal, professora de direito penal na USP (São Paulo, SP)
Novos colunistas
Jamais pensei que um dia pudesse votar num partido como o PSB, mas se Marta Suplicy for candidata à prefeitura por ele terá meu voto. Não sou petista, mas ela sempre foi um quadro responsável do partido. A Folha volta a ter uma grande colunista.
Ademir Valezi (São Paulo, SP)
-
Fazem todo o sentido as observações de Marta Suplicy no artigo "A vaca vai pro brejo?" ("Opinião", 6/3). Mas só agora surgiu essa lucidez? Muitos já tinham essa percepção há anos e eram tachados de "elite branca" por ela e pelo seu partido. A elite ficou parda, a vaca vai pro brejo e Marta quer mudar de lado mantendo a tradição de oportunismo dos políticos. Tarde demais.
Nuno M. M. Martins (Barueri, SP)
-
Como a Folha contrata um candidato que perdeu as eleições ("Os brasileiros", "Opinião", 2/3) e ainda não se conformou com o resultado? Causa-me estranheza. O jornal deveria ser suprapartidário neste momento tão delicado. Por que não convidar pessoas com pensamentos claros, como o empresário Ricardo Semler?
Emília A. Valinetti (São Paulo, SP)
-
Tendo em vista que a Folha convidou Aécio e Marta para retomarem suas colunas, gostaria de pedir que chamem também Marina Silva a fim de enriquecer a pluralidade política-ideológica.
Eliseu Rosendo Nuñez (São Paulo, SP)
Marquês de Pombal
Primorosa lição de Kenneth Maxwell sobre como se deu o acesso do marquês de Pombal à Royal Society ("Pombal na Royal Society", "Opinião", 5/3). Pena que Pombal tenha feito tudo ao contrário do que aprendeu como mandachuva no amaldiçoado país ibérico. Esperamos que o professor em breve fale da passagem de José Bonifácio pela Royal Society.
Paulo Nascimento (Santos, SP)
Fundamentalismo
O padre Otto Dana tem razão: há um fascismo latente em instituições cristãs (Painel do Leitor, 6/3). Mas discordo quando chama a Iurd de igreja cristã. Tal entidade é mais uma seita que atua como organização similar a uma empresa do que igreja. Arautos do Evangelho, Opus Dei, Associação Cultural Nossa Senhora de Fátima e assemelhados não representam a Igreja Católica.
Geraldo Magela Maia (Belo Horizonte, MG)