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Petrolão
Renato Duque, no depoimento na CPI do petrolão, disse que havia hora de falar e hora de calar, e que aquela era a de calar. Após o juiz Sergio Moro ter aceitado a denúncia do Ministério Público Federal ("Juiz torna tesoureiro petista réu por suspeita de corrupção", "Poder", 24/3), creio que chegou a hora de falar. Duque tem um dilema: se calar, poderá ser o Marcos Valério do petrolão. Seu maior receio talvez seja falar e virar o Celso Daniel da vez.
Claudio Juchem (São Paulo, SP)
Crise do governo
Parece incrível, mas Carlos Heitor Cony ("Democracia alaranjada", "Opinião", 24/3) está ficando ingênuo. Ele, que pautou sua carreira jornalística pela maneira ácida, bem-humorada e quase niilista com que comenta a política há mais de 50 anos, agora quer fazer crer que Fernando Henrique Cardoso pode nos ajudar a "reinventar a democracia"! O mesmo FHC que teve sua reeleição comprada a R$ 200 mil por cabeça. Tenha a santa paciência, Cony!
José Cláuver de Aguiar Junior (Santos, SP)
Crise de abastecimento
O grande mérito da Folha é permitir o contraditório. Graças a ele, posso criticar, respeitosamente, o editorial "Apagão de Confiança" ("Opinião", 24/3), em que o comportamento do governador Alckmin com relação à escassez de água é definido como temerário. Não é só a presidente Dilma que não pode fazer chover. O governador também não tem esse poder. A diferença entre ambos é que Alckmin não ficou parado. Agiu para garantir o abastecimento da região metropolitana desde os primeiros sinais da escassez, em janeiro do ano passado, alertou a população e estimulou o uso racional de água com a adoção do bônus. Isso para citar um pequeno exemplo.
Orlando Morando, deputado estadual, PSDB (São Paulo, SP)
'Tea Party' tucano
Bernardo Mello Franco ("Tea Party Tucano", "Opinião", 24/3) sabe que, naquela Casa de 513 membros, existe um núcleo composto de líderes das maiores representações partidárias que ditam a pauta. Para formar maiorias, os partidos contam com a ajuda do chamado "baixo clero", deputados de menor peso político. Dentro do baixo clero, existem obscuros coadjuvantes, de onde o articulista tirou os exemplos para a sua coluna. Amostragem infeliz para demonstrar uma tendência doutrinária no PSDB.
Luis Roberto Nunes Ferreira (Santos, SP)
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Depois de ter lido os editoriais nada animadores, deparei-me com essa obra-prima de deputados tucanos descrita por Bernardo Mello Franco, que me fez dar boas gargalhadas.
João Evangelista Belém (Lauro de Freitas, BA)
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Simplesmente genial a coluna de Bernardo Mello Franco. Só acho difícil madame trocar de xampu.
Francisco Ramos (Brasília, DF)
TV Cultura
Li, com tristeza, o artigo "A sociedade precisa salvar a TV Cultura" (Tendências/Debates, 23/3), do jornalista, escritor e vice-presidente do Conselho Curador da Fundação Padre Anchieta, Jorge da Cunha Lima. Concordo em gênero e número com tudo o que ele destacou e sintetizou: "Para que a mais importante TV pública do país não morra, a sociedade deve bancá-la. A Cultura é um serviço à população sem ser governo". Tive a honra de pertencer aos seus quadros atuando como apresentador e locutor de esportes e sei muito bem o que a TV2, como era chamada à época, representava de prestígio e credibilidade aos seus profissionais. Portanto deixo um apelo: "Salvem-na, senhores, enquanto é tempo".
José Carlos Cicarelli, jornalista (São Paulo, SP)
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O colunista Maurício Stycer ("Parque de diversões da elite", "Ilustrada", 22/3) reproduz críticas à TV Cultura contidas no livro "O Traço da Cultura", de Ernesto Rodrigues, que trabalhou como ombudsman da emissora entre 2008 e 2010. O autor usou em sua avaliação o trabalho da televisão que conheceu e sobre o qual faz suas reflexões. Cinco anos e duas gestões separam a realidade atual da TV Cultura do período sobre o qual se debruça o autor. A análise e suas conclusões não podem, portanto, ser simplesmente transferidas, como leva a crer o artigo, para o atual momento da TV Cultura.
José Fernando L. Alvares, gerente de comunicação da TV Cultura (São Paulo, SP)
Habitação
A Secretaria da Habitação informa que a reportagem "Com Haddad, Alckmin anuncia habitações pela 3ª vez" ("Cotidiano", 24/3) confunde a assinatura de contrato, o que garante o início do projeto, com o anúncio. A ampla divulgação realizada --que deu transparência ao processo-- refere-se às etapas de implantação e aos estudos de viabilização, desde o chamamento público em 2012 até as audiências, consultas e apresentações públicas de 2012-2013. O lançamento da PPP de Habitação de interesse social ocorreu em fevereiro de 2013. Em setembro de 2014, divulgou-se o edital de abertura da concorrência internacional e, em dezembro, o nome da empresa vencedora, que culminou na assinatura. Qualquer afirmação além disso é distorcer fatos.
Wania Torres, coordenadora de imprensa da Secretaria de Habitação do Estado (São Paulo, SP)
Olimpíada
Concordo com a vocação para eventos que o Rio de Janeiro possui por natureza, mas a infraestrutura para seus eventos nunca foi nem de longe razoável ("Quinhentos dias a mil", Tendências/Debates, 24/3). Os investimentos em construções para os Jogos Olímpicos e mesmo para a última Copa foram um festival de atrasos. As vias e o transporte foram melhorados? Os aeroportos? E a segurança? Perguntas que permanecem sem resposta objetiva ou visível.
Helder Luciano Paes, comissário de voo (São Paulo, SP)