Andrés Sanchez
Juca, o boca livre
Juca Kfouri quer ser um João Saldanha, mas com sua linguagem vulgar e teor oficialista continua sendo um Amaral Netto de esquerda
É admirável como Juca Kfouri, poucas horas depois do segundo jogo entre Corinthians e Guaraní, do Paraguai, pela Libertadores, já tivesse preparado, em plena madrugada, sua coluna "O preço de um boquirroto" (14/5), na qual o jornalista me responsabiliza pelo resultado da partida. Estou convencido de que o conteúdo dessa coluna já estava preparado antes do início do jogo.
Mesmo estando a mil quilômetros de distância do estádio e há mais de três anos afastado da presidência do clube, eu fui o responsável pela derrota corintiana.
Na sua coluna, Juca também me critica por ter dito em 2011 e em 2013 que o Corinthians poderia ser o clube mais rico ou um dos mais ricos do mundo. Mantenho essa previsão. Com nossa torcida, energia, história e tradição podemos estar entre os grandes. Se não alcançarmos tal meta, aí, sim, terá sido por culpa minha e de meu grupo político.
Em todo caso, sou um dirigente de futebol e posso acertar ou errar previsões, inclusive me deixar influenciar pela euforia da paixão.
Um jornalista, porém, tem sua credibilidade profundamente abalada quando publica textos errados, como Juca Kfouri fez em 25 de maio de 2010 no seu blog no UOL. O título dizia: "Confirmado: Piritubão abrirá a Copa". (Já naquela época manifestava esse apreço pelos nomes superlativos.)
Dizia no texto que fora um acordo entre Ricardo Teixeira, o então prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, e o seu secretário do Esporte, Walter Feldman. Completava assegurando que o Morumbi também receberia jogos da Copa e insinuava que eu levaria o Corinthians para esse estádio, já que o de Itaquera ele dizia ser obra de ficção.
Houve outros "furos de reportagem" desse nível e por essas e outras ele merece o titulo de "Juca, o boca livre". Boca porque, muitas vezes, fala sem pensar. Livre porque sempre se intitulou defensor da liberdade, dos fracos e oprimidos.
Ser chamado de boquirroto deve ter sido o mais suave da "coleção boca suja" com a qual Juca me premiou recentemente: blefe, otário, trouxa, truculento e pequeno.
Estou convencido de que pela sua formação e currículo não é normal que faça da minha pessoa seu alvo permanente. Deve haver algum outro motivo e só mesmo Freud para explicar essa utilização de adjetivos impróprios de sua educação.
Sobre Luis Paulo Rosenberg, além de ser um amigo, foi meu companheiro de gestão e, posteriormente, ao finalizar nosso mandato --por sua própria valia e capacidade-- assumiu a vice-presidência do clube. Sobre o valor do estádio, continuo afirmando que os R$ 5.200 por metro quadrado está entre os mais ajustados da Copa.
A eliminação da Libertadores foi um golpe considerável e nos colocou em uma etapa de crise. Para superá-la, será necessário que a diretoria seja capaz de somar forças e gerar bons resultados. Para essa missão, contam com o meu apoio e espero que a previsão negativa de Juca para o clube obtenha o mesmo sucesso que a do "Piritubão".
Como já disse, sei que Juca continua sonhando em ser um destemido e atual João Saldanha, mas com sua linguagem vulgar e o teor oficialista de suas recentes crônicas continua um temido e atual Amaral Netto de esquerda.
Independentemente de divergências, estimo pronta melhora e plena recuperação de sua saúde.