Painel do Leitor
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Corrupção no futebol
Os EUA acabam de demonstrar grande capacidade para desbaratar a rede de corrupção na Fifa ("Acuado, Blatter renuncia ao comando da Fifa", "Esporte", 3/6).Pudera mostrarem a mesma competência para desbaratar o sistema de contas secretas em paraísos fiscais, que sustentam os tráficos de drogas, de armas e de influência que dão suporte à miséria e à criminalidade no mundo.
Mário Sérgio de Melo (Ponta Grossa, PR)
Pacote de concessões
Diante das dificuldades que a economia brasileira enfrenta, vejo as concessões ("Empreiteiras levam ceticismo a Dilma", "Mercado", 3/6) mais como um marketing do governo para apresentar uma agenda positiva, mas sem consistência quanto à sua viabilidade. Falta um projeto mais amplo, que atraia também os investidores externos, e não apenas escorado num ajuste fiscal ainda incipiente e sem perspectivas de mudar o panorama macroeconômico.
José Osvaldo Gonçalves Andrade (Belo Horizonte, MG)
Crise da água
Sobre a reportagem "Obra de transposição de água atrasa e só sai em 2017" ("Cotidiano", 2/3), a Sabesp informa que a Folha comete uma imprecisão ao afirmar que há atraso na obra da interligação entre as represas Jaguari e Atibainha. Não há atraso, pois a obra estava prevista para 2020 no Plano da Macrometrópole e vai ser antecipada. Também não é possível afirmar que será entregue apenas em 2017, pois o prazo de execução pode ser reduzido. Também não há atraso na ligação Rio Grande/Taiaçupeba, visto que a Sabesp sempre informou que essa obra levaria quatro meses. Antes de seu início, foi necessário obter as licenças ambientais e a autorização da Petrobras para utilização da faixa por onde passa o gasoduto.
Adriano Stringhini, superintendente de Comunicação da Sabesp (São Paulo, SP)
RESPOSTA DO JORNALISTA VENCESLAU BORLINA FILHO - Não há imprecisão. O próprio governo anunciou que a primeira fase da obra começaria em maio para ser entregue em 2016; agora, prevê iniciá-la em agosto e terminá-la em 2017. No caso da ligação Rio Grande/ Taiaçupeba, anunciou que ela já estaria ativa em maio, algo que não ocorreu.
Greve da CPTM
A CPTM classifica a greve de trens como "irresponsável" ("Funcionários de 4 das 6 linhas da CPTM decidem parar por 24 horas", "Cotidiano", 3/6). Irresponsável é manter um sistema de trens tão precário como o atual, em que o usuário "mofa" até 45 minutos aguardando o trem na plataforma; é fechar suas linhas em quase todos os fins de semana por anos sem que o sistema melhore; é alardear obras de expansão mas não conseguir fazer funcionar o que já existe.
Maurício Neri da Silva (Diadema, SP)
Hotel Glória
Lindo o texto de Marcelo Coelho sobre os lotes de objetos decorativos e pedaços do Hotel Glória que serão leiloados ("Glória em pedaços", "Ilustrada", 3/6). Nenhum hotel tinha tanto charme e tanta capacidade de fazer seu hóspede se sentir feliz, como sempre me senti no velho e bom Glória, destruído pelos sonhos predatórios de um visionário. Uma lástima.
Humberto Mendes (São Paulo, SP)
Educação
A "Entrevista ficcional com Foucault" (Tendências/ Debates, 3/6) toca no cerne da experiência religiosa. Não a coloca como um lugar do atraso e trevas, como deseja o pensamento esclarecido raso, mas revela como ela se insere em relações de poder e contrapoder. Foucault foi um dos pensadores mais generosos do século 20, disposto a desvelar dispositivos de poder e abrir o campo de discussão das várias "verdades" das ciências naturais e humanas. É interessante compreender como a PUC-SP realiza um ato arbitrário, vetando seus textos e a justa homenagem que o autor deve receber.
Samuel Silva Rodrigues de Oliveira (Rio de Janeiro, RJ)
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Mais um equívoco, dessa vez do coordenador do Núcleo Fé e Cultura da PUC-SP sobre a rejeição da cátedra Foucault ("Obscurantismo ou identidade?", Tendências/ Debates, 2/6). Religião e ciência têm de dialogar necessariamente e Michel Foucault sempre enfrentou esse desafio. A rejeição de uma cátedra implica sim falta de abertura, de diálogo, obscurantismo e intolerância. O diálogo entre saberes é fundamental.
Edgard de Assis Carvalho, professor de antropologia (São Paulo, SP)
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Muito me admira o sociólogo César Callegari ("Radicalizar o pacto pelas crianças do Brasil", Tendências/Debates, 3/6) falar em "pátria educadora", já que o mesmo, quando foi secretário municipal de Educação, permitiu que os professores da rede municipal de ensino realizassem em 2014, uma longa greve, seguida de acampamento em frente à prefeitura por 42 dias, sem ao menos receber os sindicatos para negociação. O que se espera de uma pátria educadora é não ter alguém como Callegari como membro do Conselho Nacional de Educação.
Michelle Bernardes, professora na rede municipal de ensino de São Paulo (Mogi das Cruzes, SP)
Liberação das drogas
Temas como o das drogas ainda persistem intocáveis sob o véu da censura ("Cartuns proibidos", "Opinião", 3/6) dos que não se permitem libertar de preceitos obscurantistas para não se depararem com os efeitos dessa crueldade na população menos favorecida. O humor fino e inteligente choca, provoca. Em contrapartida, é deveras preocupante o ato autoritário, que evidencia a soberba dos que pretendem retirar de circulação ideias que contrariam a pretensa adoção de um pensamento único. É a lei do "falou, tá falado, não tem discussão", que, em um passado remoto, vigorou em nossas terras.
Anete Araujo Guedes (Belo Horizonte, MG)
Colunistas
Sou fã incondicional de alguns colunistas deste jornal e admiro em especial a capacidade criativa e a percepção do mundo e da sociedade atual que os jovens Antonio Prata e Gregorio Duvivier possuem. É triste ver alguns leitores, e às vezes, outros colunistas, equivocarem-se quanto à interpretação do que os dois escrevem. Bem disse o Pasquale ("Leitores e leituras", "Cotidiano", 2/4): terão que desenhar daqui para a frente?
Eliane Moraes, arquiteta (Mogi das Cruzes, SP)
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