Painel do Leitor
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Operação Lava Jato
A condenação dos executivos da Camargo Corrêa ("Juiz da Lava Jato condena à prisão ex-executivos da Camargo Corrêa", folha.com/no1658006) mostra que, apesar da crise econômica, política, moral e ética em que se encontra o Brasil, as instituições estão funcionando, especialmente o Ministério Público e a Polícia Federal. Como são independentes e protegidos pela Carta Magna, estes órgãos que trabalham em busca da justiça não são alcançados pelo governo federal.
Mário Negrão Borgonovi (Rio de Janeiro, RJ)
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O momento político brasileiro é digno de um filme de Fellini. Denunciado por corrupção, o presidente da Câmara dos Deputados acusa o governo federal de incentivar a delação premiada para tentar desestabilizá-lo. Por vingança, irá instaurar CPIs que ameaçarão seriamente a estabilidade do governo. Por outro lado, a presidente Dilma e seu vice estão seriamente ameaçados por investigações que apontam que sua campanha eleitoral também foi financiada por dinheiro proveniente de corrupção. Surreal!
Luciano Harary (São Paulo, SP)
Eduardo Cunha
Eduardo Cunha, independentemente de ser santo ou não, ganhou o ódio dos políticos por colocar o desejo do "povão" em pauta. O "ilustre" decano e deputado Miro Teixeira terá todo o meu apoio e respeito se disser com a mesma ênfase que a presidente Dilma deve renunciar ao mandato em nome do rigor político, que deve ser superior ao da lei ("Seria útil se Eduardo Cunha renunciasse ao mandato", "Poder", 20/7). Pau que bate em Chico tem que bater em Francisco.
Roberto Moreira da Silva, (São Paulo, SP)
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Por menos nobres que sejam as razões para instauração das CPIs, o mínimo que a sociedade espera de seus representantes no Parlamento é a investigação de contratos suspeitos do BNDES e de irregularidades nos fundos de pensão, já que em ambos os casos há interesse público.
Silvio Natal (São Paulo, SP)
Novos municípios
A população não aguenta mais a carga tributária, mas o Senado dá condições de criação a 200 municípios novos ("Senado aprova projeto que autoriza criação de mais de 200 municípios", folha.com/no1656270). Este não é o momento de criar municípios de 5.000 habitantes. Esperamos o bom senso da Câmara em arquivar essa proposta.
Afonso Arthur Neves Baptista, economista (São Paulo, SP)
Cuba
A hipocrisia dos EUA não tem limite. As embaixadas em Havana e Washington foram reabertas ("Reabertura de embaixadas coroa reaproximação entre EUA e Cuba", "Mundo", 20/7) e ninguém parece protestar contra o ato, com exceção do partido de oposição ao governo norte-americano. Os EUA simplesmente fecharam os olhos para todas as barbaridades cometidas pelo regime cubano.
Daniel de Melo Costa (Águas Claras, DF)
Censura
A comunicação do governo de São Paulo repugna qualquer tipo de censura prévia ("Reportagem sobre fundação é suspensa após decisão judicial", "Poder", 19/7). O dever de preservar o sigilo de dados restringe-se às autoridades. À imprensa cabe informar. Quanto ao caso, louve-se a disposição do repórter de não expor o nome de menores. Desejamos que esse debate evolua. O que representam os oito casos em questão diante dos 10.019 jovens que saíram da Fundação Casa no primeiro semestre? São Paulo tem o maior número proporcional de internos e reincidência de apenas 15%. Curiosamente, os dados mostrados pela Folha sugerem frouxidão da Fundação Casa, sobre a qual recai uma obsessão jornalística. O que dizer do bom trabalho do Ministério Público, da Defensoria e do Judiciário, ao qual cabe a decisão sobre a continuidade da internação?
Marcio Aith, subsecretário de Comunicação do Governo de São Paulo (São Paulo, SP)
RESPOSTA DO JORNALISTA REYNALDO TUROLLO JR.: O missivista afirma repudiar qualquer tipo de censura e opina sobre um texto que ainda não foi publicado, mas foi o governo que representa, por meio da Fundação Casa, que informou o Judiciário sobre a apuração da reportagem antes da decisão que suspendeu a mesma.
Acordo ortográfico
Difícil acreditar que até hoje haja alguém no Brasil –jornalista ou autoridade– discutindo questão inteiramente ultrapassada, como a do Novo Acordo Ortográfico ("Saudades do trema", "Opinião, 20/07). Um acordo ideal, que promova total unificação da escrita, jamais poderá ser alcançado, em razão da variedade fonética observada na língua falada no Brasil ou em Portugal. É preciso não confundir unificação com uniformidade. O importante, para além das pequenas modificações ortográficas, é que o acordo veio eliminar uma aberração insustentável: o convívio forçado de duas ortografias oficiais e excludentes.
Lauro Moreira, embaixador aposentado (Ribeirão Preto, SP)
Pan 2015
Juca Kfouri está corretíssimo ("Ouro de tolo", "Esporte", 19/7). Não se deve criar qualquer expectativa de que o bom desempenho do Brasil no Pan de Toronto indique que algo semelhante se dará na Olímpiada do ano que vem. O nosso melhor desempenho foram cinco medalhas de ouro e a 16ª colocação em 2004, em Atenas. Em Londres, em 2012, foram três ouros e um vergonhoso 22º lugar. Esperar que fiquemos entre os dez melhores em 2016, conforme pretende o governo com o Plano Brasil Medalhas, é sonho de tolo.
Marcelo Melgaço (Goiânia, GO)
Câncer
Absolutamente sensível e verdadeiro o texto de Leão Serva ("Como se o câncer fosse necessário", "Cotidiano", 20/7). Todos nós que vivemos a doença pessoalmente ou por meio de familiares, e hoje nos restabelecemos, sabemos que o processo de cura é um caminho de autoconhecimento e busca pelo que nos faz essencialmente felizes.
Tomas Cunzolo Jr. (Carapicuíba, SP)
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