Painel do Leitor
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Charge
A charge de Laerte ("Opinião", 18/8) é execrável, de extremo mau gosto. O cartunista demonstra que já condenou a PM pela chacina, antes mesmo da investigação concluída, e que generalizou, ao sugerir que todo policial militar é criminoso. Além disso, insinua que os manifestantes anti-PT, cansados de sofrer com as monstruosidades políticas, econômicas e administrativas do atual (des)governo, são a favor da chacina. Deplorável!
Leonardo Basilio Lourenço, historiador (São Bernardo do Campo, SP)
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Registro a minha repulsa à charge de Laerte, que há muito cruzou a fronteira entre o humor crítico e a mais vulgar militância. E pensar que o carturnismo se firmou como uma crítica aos poderosos! Hoje, infelizmente, há cartunistas que se regozijam em desqualificar cidadãos comuns, possíveis leitores deste jornal, enquanto se aninham sob a asa dos poderosos. Triste ironia!
Alexandre A. Rocha (Brasília, DF)
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Qual foi a intenção de Laerte? Associar protestos legítimos contra a corrupção e a incompetência do governo do PT a crimes? Crimes são fatos contra os quais a maioria significativa da população se manifesta neste momento de "Fora, Dilma", desde o estelionato eleitoral, destruição das condições de desenvolvimento econômico e social até a institucionalização da corrupção.
Marco Milani, professor universitário (São Paulo, SP)
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Excelente a charge de Laerte. Mostra a alienação de grupos que se apresentam nas passeatas como defensores de um Brasil com menos corrupção, focando, para isso, quase exclusivamente o "Fora, Dilma" e o "Fora, PT".
Maria Elvira Nóbrega Zelante (Marília, SP)
Colunistas
Brilhante e impressionantemente realista a radiografia feita de nosso Brasil de dois pesos e duas medidas por Bernardo Mello Franco ("Domingo em Copacabana", "Opinião", 18/8) sobre a manifestação. Ele nos mostra um Brasil verde e amarelo, do qual faz parte uma parcela da nossa população que sofre de autismo ideológico, que, a meu ver, é cruel e chega às raias da loucura.
Theodoros Anastassiadis (Itapetininga, SP)
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No delicioso artigo "Tango petista" ("Opinião", 18/8), Marcelo Freixo cita Paulo Freire e Manuel Bandeira. Acostumado a ouvir Astor Piazolla, concordo com o novo articulista do jornal quando ele afirma que o tango é a trilha sonora do desencanto, da amargura e da melancolia. Só acho que tais sentimentos cabem não apenas ao PT, mas ao Brasil como um todo. Afinal, resgatando a frase de Paulo Freire, citada por Freixo, "quando não há mais sonho, só nos resta o cinismo".
José Elias Aiex Neto (Foz do Iguaçu, PR)
Brasil em crise
A presidente não tem apoio do Congresso e, muito menos, do povo. O povo brasileiro já foi às ruas três vezes neste ano para pedir a ela que abandone o cargo. Os índices econômicos e financeiros mostram claramente que o país está em rota de colisão. É impossível governar desse jeito. A saída mais elegante para Dilma é a renúncia ("FHC diz que renúncia seria 'ato de grandeza' de Dilma", "Poder", 18/8).
José Carlos Saraiva da Costa (Belo Horizonte, MG)
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Fernando Henrique Cardoso e Dilma Rousseff têm poucas diferenças, mas, em um ponto, são quase gêmeos: jamais pensaram no Brasil como uma nação.
Marcos Sgaraboto (Brasília, DF)
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O PSDB está desesperado para achar um meio de voltar ao poder. Enquanto as pedaladas de Dilma não forem julgadas, não há por que os tucanos considerarem o governo da petista ilegítimo. Se o impeachment acontecer, Aécio e companhia terão de esperar o fim do mandato para depois pensar em concorrer à cadeira do Palácio do Planalto. FHC, ato de grandeza é respeitar o processo democrático.
Daniel Camargo (Curitiba,PR)
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O fato mais marcante nas manifestações foi a demonstração de desrespeito e ódio a Lula. A maioria dos manifestantes era da classe média que, no governo Lula, teve condições favoráveis de crédito e financiou casa, comprou carro zero e foi a Miami.
Amauri Alvares (Marília, SP)
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O que se viu em mais um domingo movido a partidarismo político e preconceitos, travestidos de "protestos populares"? As mesmas caras, o mesmo palavreado, a mesma ausência do povo propriamente dito. Nada aconteceu além da mesmice. A habitual contagem "superfaturada" mostra que a alardeada "voz das ruas" não atingiu miserável parcela de 0,4% da população.
Udovaldo J. Eid (Curitiba, PR)
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Renan Calheiros disse um monte de obviedades ("A saída da crise", Tendências/ Debates, 18/8). A coisa mais importante o senador não citou: como colocar na cabeça do locador de limusines de San Francisco que o Brasil é um país sério ("Itamaraty atrasa pagamento de aluguel de carros nos EUA", "Mundo", 18/8)?
Paulo Abreu (Brasília, DF)
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É gravíssimo um governo falido, que submete o povo às agruras econômicas, gastar US$ 100 mil para transportar uma comitiva gigante com limusines, vans, ônibus e até um caminhão. Não há dinheiro para os aposentados, mas cortar várias despesas desnecessárias nem pensar.
Leila E. Leitão (São Paulo, SP)