Painel do Leitor
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Brasil em crise
Se o governo Dilma tivesse soluções como tira coelho da cartola, seríamos um país exemplar. A sacada atual é legalizar jogo de azar para aumentar as receitas de impostos ("Governo fala em legalizar jogo de azar", "Poder", 18/9). Legalizar significa impor regras ao ilícito. Ainda não se conhecem as sequelas dos efeitos colaterais. Não será surpresa se amanhã alguém sugerir a legalização da venda de drogas hoje consideradas ilícitas. O potencial arrecadatório seria infinitamente superior ao dos jogos.
SERGIO HOLL LARA (Indaiatuba, SP)
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A redução drástica do número de políticos e de seus vencimentos, assessores, verbas exorbitantes e mordomias atreladas aos cargos seria também uma proposta de reforma política fundamental para ajudar a reequilibrar as finanças do país. Trata-se de medidas justas e necessárias. O político, com algumas exceções, atua defendendo interesses escusos e pouco pelo bem do país.
MAURÍLIO POLIZELLO JÚNIOR (Ribeirão Preto, SP)
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Por que não criar a CPLL (contribuição provisória sobre o lucro líquido) dos bancos, único setor que neste ano obteve ganhos estratosféricos? Por que não apoiar a Lava Jato para resgatar os bilhões/ano que escorrem pelos ralos da corrupção? Por que não reduzir pela metade cargos comissionados em vez de suspender concursos? Por que não recuperar dinheiro desviado da Receita Federal, como apurou a Zelotes?
JOÃO GUILHERME DE PONTES, defensor público (Recife, PE)
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É lamentável a tentativa governamental de interferir no Sistema S ("Para diretor do Sesc, corte no Sistema S é 'catástrofe'", "Poder", 18/9). O Sistema S e as suas instituições (Senai, Senac, Sesi e Sesc) funcionam a contento e têm uma inegável função social. Para que mexer e tirar verbas de um organismo tão saudável?
RICARDO PEDREIRA DESIO, professor aposentado e artista plástico (São Paulo, SP)
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Em relação à carta de Antonio Pedro da Silva Neto (Painel do Leitor, 18/9), está mais que evidente o que deve ser cortado na administração pública. Não há necessidade de exército de parlamentares nos três níveis da União, com outro exército de assessores. Judiciário arcaico, pedindo vistas e vistas de processos que nunca terminam. Presidentes ufanistas que acham que detêm, pela caneta, poder de perdoar dívidas de outros países, baixar juros e por aí caminhamos. Acabou a verba? Basta solicitar suplementação.
CARLOS ALBERTO DUARTE NOVAES (Mogi das Cruzes, SP)
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O artigo da competente Elena Landau "É hora de privatizar" (Tendências/ Debates, 17/9) é da maior importância para o debate sobre a atual crise fiscal do país. Quando o senador Renan Calheiros lançou a Agenda Brasil, há um mês, parabenizei-o, mas disse que faltava incluir a pauta da privatização. O Brasil está tão impregnado pela social-democracia europeia que nem os liberais falam mais em privatização. Por que a Petrobras tem distribuidora e transportadora de petróleo?
PAES LANDIM, deputado federal (Brasília, DF)
Judiciário
Exemplar o veto do STF às doações de empresas a partidos políticos ("STF proíbe doações de empresas a partidos políticos e candidatos", "Poder", 18/9). O ministro Gilmar Mendes ainda não entendeu que não existe doação de R$ 20 milhões sem contrapartida. Se o veto vai favorecer o caixa dois, ótimo. Quem quiser que se arrisque –teremos oportunidade de identificar os corruptos. Limitar as doações a partidos é ocultar o político corrupto. Partido não vai preso.
MAURO DE LUCCA (São Paulo, SP)
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O ministro Gilmar Mendes exagerou em seu posicionamento no julgamento. Suas atitudes, por certo, não foram condizentes com a importância do cargo que ele exerce. Além do mais, ele não justificou a retenção do processo por tanto tempo, mediante o pedido de vistas que fez. Seus argumentos agressivos durante o julgamento também têm riscos de repercussão negativa.
URIEL VILLAS BOAS (Santos, SP)
Oncologia
Excelente o artigo dos doutores Fernando Maluf e Phillip Scheinberg ("As chances perdidas na pesquisa clínica", Tendências/ Debates, 18/9) sobre a morosidade na aprovação de estudos clínicos com novas drogas em oncologia. Devo acrescentar que essa demora se aplica não somente a estudos em câncer, mas também a várias outras áreas da medicina. Como foi muito bem colocado, o Brasil perde em competitividade científica, e os pacientes deixam de se beneficiar de drogas muitas vezes salvadoras de vidas.
MARCELLO D. BRONSTEIN, endocrinologista e professor da FMUSP (São Paulo, SP)
Queen
Sobre o (muito bom) show do Queen+Adam Lambert em São Paulo, lendo as críticas de Guilherme Genestreti ("Na volta do Queen a SP, guitarrista empolga mais que novo vocalista", "Cotidiano", 17/9) e Teté Ribeiro ("Queen com Adam Lambert parece uma atração de circo", "Ilustrada", 18/9), ficou a impressão de que o jornal, ao designar-lhes a pauta, esqueceu-se de avisá-los de que Freddie Mercury já havia falecido, pois ambos ficaram muito decepcionados ao não verem o astro no palco.
EMANUEL BRANDÃO FILHO (São Paulo, SP)
Madonna
Ao bater os olhos no título "Velha e boa" ("Ilustrada", 18/9) da matéria sobre a turnê de Madonna, eu me perguntei: a Folha considera Caetano Veloso velho e bom? Gilberto Gil é velho e bom? Paulinho da Viola é velho e bom? Milton Nascimento é velho e bom? Chico Buarque é velho e bom? O texto é bom, mas o título é 100% preconceituoso.
ALBERTO VILLAS (São Paulo, SP)
Tati Bernardi
O artigo "Quem casa quer... encher o saco" ("Cotidiano", 18/9), de Tati Bernardi, revela a sagaz percepção que ela tem do vazio, da inconsistência e da padronização das relações e comportamentos dos nossos tempos, através de humor e originalidade que são brisa refrescante no mar de chatices que nos assola.
LIGIA KOGOS, dermatologista (São Paulo, SP)